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Lucro do Santander cresce 15,5% em um ano

Linha fina
Banco alcançou R$ 3,3 bilhões no primeiro semestre deste ano; crescimento das receitas de crédito indica elevação das taxas de juros cobradas dos clientes
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São Paulo – O lucro líquido gerencial do Santander no primeiro semestre do ano totalizou R$ 3,308 bilhões, crescimento de 15,5% em relação a junho de 2014. Em relação aos três primeiros meses do ano, cresceu 2,6%. O balanço foi divulgado na quinta-feira 30.

A carteira de crédito ampliada somou R$ 321,6 milhões e apresentou crescimento de 15% em 12 meses e redução de 1% no trimestre. Desconsiderando o efeito da variação cambial, essa carteira apresentaria crescimento de 10,9% em doze meses e redução de 0,6% no trimestre. Enquanto que as receitas de crédito cresceram 42% em um ano, atingindo R$ 25 bilhões. A comparação indica elevação das taxas de juros cobradas dos clientes.

Por outro lado, a carteira de títulos públicos cresceu 44% de junho de 2014 a junho de 2015, atingindo R$ 114 bilhões. Já as receitas com esses títulos, que são indexados pela taxa básica de juros da economia, a Selic, tiveram alta de 64,5%, chegando ao montante de R$ 10,7 bilhões no primeiro semestre de 2015. Mais uma demonstração de que os bancos e o capital rentista ganham com a alta da Selic.

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“A carteira de crédito diminuiu enquanto a de títulos e valores mobiliários aumentou. Isso mostra que o Santander não foge à regra do setor bancário e aposta no lucro fácil, sem esforço, investindo na dívida pública, que cresce com a alta da Selic, quando deveria cumprir sua função social e apostar no crédito, incentivando a economia do país. Ou seja, mesmo em um momento de crise, os bancos lucram, e muito. Já passou da hora de devolverem um pouco disso à sociedade”, critica a diretora executiva do Sindicato e funcionária do Santander Maria Rosani.

Ela também chama atenção para o aumento dos juros de empréstimos. “O banco prefere ganhar em cima dos clientes, do que aumentando a carteira de crédito.”

Houve crescimento, ainda, nas receitas de tarifas e serviços cobrados dos clientes. Elas chegaram a R$ 5,7 bilhões, aumento de 7,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apenas com essa receita o Santander cobre 150% de suas despesas de pessoal, mesmo patamar de junho de 2014.

O índice de inadimplência, superior a 90 dias, atingiu 3,2% do total da carteira de crédito, o que significa redução de 0,9 ponto percentual em 12 meses e alta de 0,2 p.p. em três meses. Mesmo com a queda da inadimplência, o Santander aumentou em 4,6% suas despesas com devedores duvidosos (PDD), em comparação com o primeiro semestre de 2014. O PDD entra no balanço do banco como despesa, o que acaba reduzindo o lucro. “Isso conta muito na hora de pagar a PLR dos funcionários, porque muitas vezes a instituição financeira aumenta o PDD para esconder o lucro e pagar PLR menor”, alerta Maria Rosani.

O número de empregados no Santander cresceu, chegando a 50.245 em junho. Em 12 meses, houve aumento de 1.485 postos de trabalho. “O banco contratou, mas continua ganhando em cima da rotatividade, ao demitir funcionários antigos com salários mais altos por novos, que entram ganhando bem menos”, informa a dirigente.

Maria Rosani critica ainda o processo adotado pelo banco de transformar agências comuns em agências comerciais, sem caixas para atender a população e sem vigilantes. “Mesmo com saldo positivo, o Santander precisa contratar mais para atender melhor os clientes e acabar com a sobrecarga dos bancários. Estamos iniciando nossa conferência nacional, que aprovará a pauta de reivindicações a ser entregue aos bancos, e os bancários de São Paulo elegeram emprego como prioridade. Vamos nos mobilizar por isso.”

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Andréa Ponte Souza – 30/7/2015
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