São Paulo – As senadoras Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Fátima Bezerra (PT-RN), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lídice da Mata (PSB-BA) e Regina Sousa (PT-PI) 'ocuparam' a mesa diretora do plenário do Senado, na sessão de votação da reforma trabalhista de Temer que, na prática, representa o desmonte dos direitos trabalhistas. A sessão foi suspensa pelo presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), que também determinou o corte das luzes e dos micrones.
As cinco se negaram a sair e permaneceram na mesa do presidente mesmo no escuro, onde inclusive almoçaram. As luzes foram religadas no meio da tarde e, até às 18h30, permaneciam 'entrincheiradas' na mesa diretora. A intenção é pressionar para que pelo menos uma emenda, das centenas apresentadas, seja aprovada, forçando o projeto a voltar para a Câmara. A emenda em foco é a que tira do PL a possibilidade das gestantes trabalharem em locais insalubres.
Antes, Eunício Oliveira havia proibido a entrada de representantes dos trabalhadores que foram a Brasília para acompanhar a sessão. A votação do desmonte trabalhista é o único item da pauta. As galerias foram fechadas.
"Galerias vazias, luzes apagadas. É assim que Temer e seus prepostos no Senado querem aprovar a reforma trabalhista", afirmou em rede social o senador Humberto Costa (PT-PE), postando uma foto do plenário vazio e às escuras. Em seguida, relatou o parlamentar, a área passou a ser esvaziada pela Polícia Legislativa, que retirou assessores e jornalistas.
Também por meio de rede social, o presidente da CUT, Vagner Freitas, protestou. "Estou aqui parado na frente do plenário, impedido de entrar. O tal do presidente da Casa diz que não entrar ninguém. Impedir que a gente tenha acesso à Casa do povo é ditadura."
Ao lado do presidente da Nova Central, José Calixto, o dirigente afirmou que o país está sendo comandado por uma "quadrilha constituída pelo seu Temer e seus comparsas". Além de jogar direitos no lixo, "tornaram a democracia brasileira uma brincadeira", acrescentou.
"Não deixam a gente entrar, apesar do nome na lista", disse Luiz Carlos Prates, o Mancha, da coordenação da CSP-Conlutas. Dirigentes de outras centrais estão no local. Com intermediação de parlamentares, os sindicalistas tentam um acordo para poder assistir à sessão. Quando a luz voltar.