Após mais de dois anos com suas atividades interrompidas por conta da pandemia de Covid-19, o Espaço Cultural Lélia Abramo, que fica na Regional Paulista do Sindicato (Rua Carlos Sampaio, 305, Bela Vista), receberá na próxima sexta-feira (22), às 19h30, o show Aquelas Canções, do Duo Camaleão, que traz canções e performances relacionadas ao sentimento íntimo perante as transformações do mundo e à significação afetiva e política da existência humana.
O ingresso para o show custa R$ 30 e o ingresso social R$ 15. É necessário o uso de máscaras.
Formado pela cantora Talitha Lessa - filha da bancária do Banco do Brasil e associada histórica do Sindicato Deise Lessa - e pelo pianista e compositor Samuka Cartes, o Duo Camaleão existe desde 2016 e tem uma proposta voltada para o repertório popular latino-americano e para a MPB. Em cada canção, diálogos poéticos e musicais são perceptíveis nas conversas melódicas entre piano e letras. Improvisação, mudanças harmônicas e arranjos buscam sintetizar o cuidado e o respeito por cada linguagem e gênero da música popular e pela matriz rítmica, seu alicerce fundamental.
“É uma enorme alegria reabrir o Espaço Cultural Lélia Abramo para o público com esse show do Duo Camaleão. O nosso espaço tem como objetivo difundir e valorizar a arte. Pois é nisso que acreditamos. Não acreditamos em contos de 'fardas', parafraseando uma citação que recentemente me chamou a atenção em um muro. Acreditamos na arte, na música, na poesia, no teatro. Acreditamos na luta dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros. Neste momento difícil que estamos passando no Brasil, que temos tudo para mudar com as eleições de outubro, a arte e o posicionamento de tantos artistas incríveis renovam a nossa energia para lutar por um país mais justo, solidário e com oportunidades para todos”
Marcelo Gonçalves, diretor Cultural do Sindicato
Lélia Abramo
O Espaço Cultural Lélia Abramo foi batizado em homenagem a atriz, sindicalista, militante política e fundadora do Partido dos Trabalhadores (PT), Lélia Abramo, que liderou a luta pela legalização da profissão de ator, reconhecida por lei em maio de 1978. Durante todo o período da ditadura militar, Lélia foi uma ferrenha defensora da liberdade de expressão. Em 9 de abril de 2004, Lélia Abramo foi vítima de uma embolia pulmonar e faleceu aos 92 anos.
“O nosso mundo é tão cheio de quebras, capitulações, deserções, omissões e tudo o mais, que conforta ler a narrativa de uma vida como a de Lélia Abramo, que nunca vergou a espinha, nunca sacrificou a consciência à conveniência e desde muito jovem se opôs à injustiça da sociedade. Que sempre rejeitou as vias sinuosas e preferiu perder empregos, arriscar a segurança, sofrer discriminações para poder dizer a verdade e agir de acordo com os seus pontos de vista”, escreveu o crítico literário Antônio Cândido no texto de apresentação do livro Vida e Arte: Memórias de Lélia Abramo.