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Chapéu
À espera do diálogo

Sindicato retarda abertura de agências do Santander em protesto contra reestruturação

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Dirigentes sindicais em frente a uma agência do Santander paralisada em protesto contra a reestruturação promovida pelo banco. Eles seguram uma faixa onde se lê: "Tercerização é sinônimo de precarização"

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região retardou a abertura de agências do Santander contra a reestruturação que está resultando na extensão do horário de atendimento gerencial; na extinção dos cargos de gerentes de atendimento; em demissões e na terceirização de diversos setores.

A atividade foi realizada nesta sexta-feira 29, em unidades bancárias da zona Sul de São Paulo. Uma mobilização em âmbito nacional do movimento sindical teve início no dia 26 de julho, a fim de estimular a direção do banco a dialogar.

Os protestos surtiram efeito e, já na terça-feira 26, o Santander assumiu compromisso de reunir-se com o movimento sindical.

“O Sindicato é um reflexo dos trabalhadores. Eles denunciam os problemas e nós respondemos, buscando negociar com a direção do banco; ou, na falta de diálogo, realizando protestos e paralisações. Reforçamos que buscamos sempre priorizar a via negocial. Acreditamos que esta é a melhor saída para a solução de divergências”, afirma o dirigente sindical Roberto Paulino.

O Santander vem promovendo há anos uma reestruturação com demissões; falta de contratação de funcionários; terceirização de setores inteiros; automatização de funções; extinção do cargo de gerente de atendimento (o que levou à sobrecarga dos gerentes de negócios e serviços); e, agora, a ampliação do horário de atendimento gerencial das 9h às 17h.

“Não somos contra a extensão do horário de atendimento gerencial nas agências. Mas queremos que o banco implante turnos a fim de amenizar a sobrecarga de trabalho e prestar um atendimento melhor aos clientes, que pagam altas tarifas e juros abusivos. E também para reduzir o desemprego no país”, afirma Paulino.

Santander atinge lucro de R$ 8 bilhões, com aumento da sobrecarga

Dados do balanço do Santander divulgados na quinta-feira 28 mostram que foram eliminados 684 postos de trabalho no segundo trimestre de 2022.

Em cinco anos, entre o primeiro semestre de 2016 e o primeiro semestre de 2022, a média de clientes por funcionário cresceu de 682,9 para 1.158. No período houve aumento de 68% no número de clientes e redução de 1% no número de funcionários.

O Santander ainda fechou 327 agências e 105 postos de atendimento bancários em doze meses encerrados em junho de 2022. Apenas no segundo trimestre de 2022 foram fechadas 49 agências e 23 PAB’s.

Em um período de 12 meses encerrados em junho, a carteira digital do banco cresceu 13%; no mesmo período houve crescimento de 7% de clientes tradicionais.

“O Santander é uma concessão pública e lucrou R$ 8 bilhões em apenas seis meses. Mas a sobrecarga de trabalho no banco só aumenta. O banco espanhol deve mostrar mais respeito com os trabalhadores e clientes brasileiros, que cada vez mais estão sendo empurrados para o atendimento digital, mesmo continuando a pagar altas tarifas bancárias”, protesta Paulino.

Durante a atividade desta sexta-feira 29, as agências tiveram o horário atrasado em uma hora. Neste período, os dirigentes reuniram-se com os trabalhadores para explicar os motivos da paralisação; sobre o andamento da campanha nacional dos bancários; e sobre a importância de manterem-se sindicalizados.

“As atividades desta sexta-feira 29 são um recado para que a direção do banco mude sua postura e respeite os trabalhadores, os clientes e o processo negocial com o movimento sindical”, afirma Roberto Paulino.

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