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Chapéu
Campanha Financiários 2024

Financeiras protelam e não apresentam proposta para combater desigualdades no setor

Imagem Destaque
Print de tela de computador mostra diversas janelas com participantes da mesa de negociação da Campanha dos Financiários 2024

Representantes dos financiários e a Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) se reuniram nesta sexta-feira 12 em mais uma mesa de negociação no âmbito da Campanha Nacional dos Financiários 2024. O tema da mesa foi Igualdade de Oportunidades e os representantes dos trabalhadores cobraram ações para tornar o setor menos desigual.

Os dirigentes sindicais apresentaram levantamento com base em dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de 2022 (último dado disponível), e que comprova a desigualdade entre homens e mulheres e brancos e negros no setor financiário.

Poucos negros no setor

Enquanto no Brasil os negros (a soma de pretos e pardos) representam 55,5% da população, no setor financiário eles são apenas 22,06%. Além de estarem subrepresentados, a remuneração média mensal dos financiários negros corresponde a 69,7% da remuneração média mensal dos financiários brancos, portanto, uma defasagem de 30%.

Desigualdade de gênero

Além de desigualdade de raça, o setor financiário também apresenta desigualdade de gênero. As mulheres são a maioria no setor: 52% da categoria, mas seus salários correspondem, em média, a apenas 57,29% da remuneração mensal média paga aos homens. Ou seja, as trabalhadoras de financeiras recebem pouco mais da metade que os empregados do sexo masculino.

PCDs

O levantamento apontou também que o setor tem baixíssima contratação de pessoas com deficiência (PCDs). Os PCDs compõem somente 1,93% de toda a categoria. Esse percentual desrespeita o que determina a legislação vigente, que define cota de contratação maior para este segmento. Segundo a lei, empresas com 100 ou mais empregados devem ter de 2% a 5% de seus cargos preenchidos por PCDs.

Após a apresentação dessas informações aos representantes da Acrefi, o coordenador do Coletivo Nacional dos Financiários e dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Jair Alves, ressaltou o dever de o setor financiário corrigir as distorções, a partir da contratação de mais negros e negras e do cumprimento da lei de igualdade salarial entre homens e mulheres, bem como a maior contratação de PCDs e pessoas  LGBTQIA+.

“Nós cobramos uma proposta efetiva sobre todos esses pontos, porque igualdade de oportunidades e igualdade salarial são fundamentais e devem ser respeitadas pelas empresas do setor", disse Jair.

Para Lucimara Malaquias, secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de São Paulo, Osasco e Região, o quadro de desigualdades do setor financiários é inadmissível. “Não há mais tolerância na sociedade para desigualdades dessa proporção. O mundo evoluiu e as financeiras precisam acompanhar essa mudança, comprometendo-se com a construção de um ambiente de trabalho inclusivo, diverso e equilibrado.”

“Queremos propostas para essas reivindicações, que são muito importantes para a categoria. Lembrando que na consulta nacional aos financiários, a igualdade de oportunidades ficou em segundo lugar em grau de importância para a categoria. Estamos muito atentos às empresas que não cumprem o que propagandeiam”, completou Lucimara.

A próxima mesa de negociação da Campanha dos Financiários será no dia 16 de julho, sobre Saúde e Condições de Trabalho.

Calendário de Negociações

Julho

16 – Saúde e condições de trabalho (manhã)
19 – Emprego (tarde)
23 – Cláusulas econômicas (manhã)
30 – Cláusulas econômicas (tarde)

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