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Chapéu
Caged

Bancos cortaram 2.445 empregos nos 7 primeiros meses do ano

Linha fina
No período, salário médio dos admitidos no setor correspondeu apenas a 65% do que recebiam os desligados
Imagem Destaque
Charge: Márcio Baraldi

Apesar do saldo positivo de 401 contratações em julho, no acumulado dos primeiros sete meses do ano os bancos já cortaram 2.445 postos de trabalho bancários. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.

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Os bancos múltiplos com carteira comercial – categoria que engloba Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil – foram responsáveis pelo fechamento de 1.523 postos nos sete primeiros meses do ano. A Caixa eliminou 1.021 postos no período, em grande parte devido ao Programa de Desligamento de Empregados, lançado em 22 de fevereiro. Juntos, esses cinco bancos empregam cerca de 90% dos bancários no país.

“Esse saldo negativo de contratações, com 2.445 postos de trabalho cortados somente até julho, contrasta com o lucro dos bancos. Itaú, Santander, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa, que já divulgaram seus balanços, apresentaram resultados no semestre bem acima do que tiveram no mesmo período de 2017, ano em que os cinco maiores bancos do país já tiveram lucros recordes. Não existe qualquer justificativa para tantos cortes. Os bancos, como concessões públicas que são, deveriam ter responsabilidade social e não colaborar com a já elevada taxa de desemprego do país”, critica a diretora do Sindicato, Marta Soares.

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Marta lembra ainda que emprego é uma das prioridades dos bancários na Campanha Nacional 2018. “Queremos o fim das demissões e garantias contra a precarização das relações de trabalho das novas modalidades de contratação, permitidas pela reforma trabalhista, como intermitentes, por tempo parcial, autônomos e terceirização irrestrita.”   

Salários mais baixos

Os bancos não lucram apenas com o fechamento de postos de trabalho. A alta rotatividade com redução salarial é outra maneira encontrada para maximizar ganhos. De janeiro a julho, os bancários admitidos recebiam, em média, R$ 4.233, enquanto os desligados tinham remuneração média de R$ 6.526. Ou seja, os admitidos entram ganhando 65% do que os que saem.

Discriminação de gênero

A discriminação de gênero é outra realidade nos bancos. Entre janeiro e julho, as bancárias mulheres foram contratadas com média salarial de R$ 3.506, o que equivale a 72% do salário médio dos bancários homens, que no mesmo período foram admitidos com média salarial de R$ 4.902. As bancárias desligadas recebiam, em média, R$ 5.556, equivalente a 74% do salário médio dos homens desligados, que ganhavam R$ 7.483.

“Na propaganda dos bancos tudo é lindo, pregam igualdade, valorizam as mulheres. Mas, na prática, pagam salários menores para mulheres, que ainda encontram maiores dificuldades que os homens para progredirem na carreira. Igualdade de oportunidades é outra prioridade da Campanha Nacional 2018”, conclui Marta.

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