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Chapéu
Campanha 2020

Fenaban mantém reajuste zero e PLR rebaixada

Linha fina
Proposta dos bancos continua representando perda de direitos para os bancários. Sindicato rejeitou na mesa e convoca assembleia para esta quinta-feira 27
Imagem Destaque
Arte: Linton Publio/Seeb-SP

Na mesa de negociação desta terça-feira 25, a décima rodada da Campanha dos Bancários 2020, a Fenaban (federação dos bancos) manteve propostas que rebaixam os direitos da categoria. Propuseram reajuste zero por dois anos. Apresentaram um terceira proposta para a PLR, mas ela continua rebaixada. Mais uma vez, o Sindicato rejeitou as propostas na mesa. Uma nova negociação ocorrerá nesta quarta-feira 26, a partir das 14h.

Por outro lado, os bancos voltaram atrás na redução da gratificação de função, mantendo como é hoje: 55%. Na mesa de sábado 22, a Fenaban já tinha voltado atrás de outra proposta ruim: a de retirada de 13ª cesta alimentação.

“As propostas da Fenaban continuam representando perda de direitos para a categoria. Na PLR, eles melhoraram os valores individuais em relação à proposta de sábado, mas criaram uma trava no percentual do lucro a ser distribuído em 2020 e 2021 que torna essa terceira versão ainda pior do que as duas primeiras. Rejeitamos na mesa. A categoria está insatisfeita e não aceitará retrocessos”, diz a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria na mesa com a Fenaban.

Assembleia nesta quinta 27

Sindicatos em todo o país estão chamando assembleias virtuais para quinta-feira 27. A do Sindicato dos Bancários de São Paulo iniciará às 19h (veja link no edital). “Esperamos que a Fenaban apresente proposta nas próximas mesas que possam ser apreciadas pelos trabalhadores na assembleia. Caso contrário, a Fenaban estará levando a categoria para a greve”, diz Ivone.

Nova proposta de PLR é ainda pior

Nesta terceira proposta de PLR, os bancos retornaram os valores da regra básica e da parcela adicional vigentes no acordo de 2019, mas mantiveram a redução da regra majorada de 2,2 salários para 2 salários e o percentual da distribuição do lucro da parcela adicional de 2,2% para 2%. Além disso, apresentaram uma regra nova que limita o percentual do lucro a ser distribuído em 2020 e 2021, ao mesmo percentual distribuído em 2019.

Como em 2019 os lucros dos bancos bateram recordes, os percentuais deste lucro distribuídos foram pequenos. Agora os bancos querem replicar esses percentuais pequenos, mas em cima de um lucro inferior, o que irá piorar ainda mais o valor que os bancários receberiam este ano. Pela primeira proposta da Fenaban, apresentada na mesa do dia 18 de agosto, os três maiores bancos privados distribuiriam em média 6,8% de seus lucros líquidos. Na segunda proposta, a da mesa de sábado 22, esse percentual aumentaria para 6,9%. Já na desta terça-feira, devido à inclusão deste limitador, o percentual distribuído seria de 6,2%, que foi o patamar de 2019.

Veja as diferenças para o salário médio da categoria:

Compare as 3 propostas da Fenaban

Reajuste zero não!

A presidenta do Sindicato destaca ainda que reajuste zero por dois anos representa perdas nos salários da categoria. “Vimos que reajuste zero para este ano significa uma perda de 2,65% nos salários. A perda seria maior após dois anos”, diz.

Ao invés de reajuste salarial, os bancos ofereceram abonos: de R$ 1.656,22 para este ano, e de R$ 2.232,75 em 2021. “Abonos não compensam reajuste zero. Eles não são incorporados aos salários, portanto, não refletem em férias, 13º, FGTS ou outros direitos”, observa a dirigente.

Ivone lembra que os bancos, apesar da crise agravada pela pandemia, continuam lucrando. No primeiro semestre, o lucro dos quatro maiores – Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil – chegou a R$ 28,5 bilhões (Caixa ainda não divulgou seu balanço), o que não é nada desprezível, especialmente neste momento de pandemia e crise financeira pelo qual passa o país e o mundo.

Em 2019, os lucros somados dos cinco maiores alcançou R$ 108 bilhões, um crescimento de mais de 30% em relação a 2018. E a economia já estava em crise. “Não tem crise para os bancos. Por isso, não aceitamos uma proposta que prejudique os trabalhadores”, conclui a dirigente.

Veja como foram as rodadas de negociação anteriores:

> Nona rodada: Fenaban insiste em retirada de direitos
> Oitava rodada: Bancos propõem reajuste ZERO
> Sétima rodada: Bancos querem retirar 13ª cesta e diminuir gratificação
> Sexta rodada: Fenaban propõe reduzir PLR dos bancários em até 48%
> Quinta rodada: Bancos apresentarão proposta na terça-feira 18
> Quarta rodada: Sindicato cobra implantação do canal a vítimas de violência
> Terceira rodada: Sindicato cobra da Fenaban melhorias para saúde dos bancários
> Segunda rodada: Bancários reivindicam manutenção dos empregos
> Primeira rodada: Sindicato negocia regulamentação do home office

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