A próxima rodada de negociação da Campanha Nacional dos Bancários 2020 será na quinta-feira 13 e abordará igualdade de oportunidades. A mesa com a Fenaban (federação dos bancos) terá início às 11h, por videoconferência.
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Os trabalhadores reivindicam a manutenção de todos os direitos já conquistados e clausulados na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria; a equiparação salarial entre homens e mulheres; a igualdade de oportunidades entre os candidatos a cargos na estrutura hierárquica e administrativa da empresa; que todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, corresponderá igual salário sem distinção de raça, cor, gênero, idade e orientação sexual (LGBTQIA+).
“Vamos apresentar dados comprovando que as mulheres são preteridas nas promoções e ganham menos do que os homens, inclusive em cargos de nível hierárquico equivalente. E no cenário atual imposto pela pandemia do coronavírus, elas são ainda mais prejudicadas no home office, pois além do trabalho, têm de cuidar dos filhos e das tarefas do lar. E ainda tem o agravante de estarem mais vulneráveis ao aumento da violência doméstica”, ressalta a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria na mesa com a Fenaban.
Em abril, quando o isolamento social imposto pela pandemia já durava mais de um mês, a quantidade de denúncias de violência contra a mulher recebidas no canal 180 deu um salto: cresceu quase 40% em relação ao mesmo mês de 2019, segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMDH).
Combate à discriminação racial
Na negociação desta quinta-feira 13 também será cobrado dos bancos a ampliação de seus quadros de empregados com a admissão de no mínimo 20% de negros, sendo de pele preta, nas contratações e por segmentos, no total das contratações.
Quando se considera o cruzamento de sexo com raça/cor surge uma situação ainda mais desigual para as mulheres negras, que recebem salários que correspondem a apenas 68,2% do recebido por homens brancos nos bancos.
Desigualdade de gênero
De acordo com dados do censo da diversidade bancária, as pessoas pretas nos bancos são apenas 3,4% e as pardas 21,3%. Em relação à remuneração, as mulheres negras nos bancos recebem em média só 68% do que recebem os homens brancos.
As mulheres representam 48,8% da categoria bancária de acordo com a RAIS. Contudo, a remuneração média das mulheres bancárias é de R$ 7.305 valor 21,75% menor do que a remuneração média dos homens bancários, que é de R$ 9.335,00.
A análise por categoria ocupacional mostra que 44,7% das mulheres bancárias se encontra na base da pirâmide das carreiras dos bancos na categoria “Operacional/Administrativo”. Entre os homens bancários esse percentual é de 36,1%.
Por outro lado, 22,5% dos homens bancários estão em posições de Gerência, Superintendência ou Direção. Entre as mulheres esse percentual cai para 14,8%.
“As mulheres não podem ser esquecidas na hora das promoções. Vamos cobrar equiparação salarial, igualdade de oportunidades entre gêneros, raças e orientação sexual e pessoas com deficiência, além de medidas para prevenir a violência doméstica, como trabalho em domicílio somente mediante solicitação expressa”, afirma Ivone Silva.
Calendário da Campanha
As próximas rodadas de negociação serão na quinta-feira 13, sobre Igualdade de Oportunidades. Confira aqui o calendário da Campanha dos Bancários 2020.
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