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Chapéu
São Paulo

Professor esfaqueado é reflexo do sucateamento da educação

Linha fina
Superlotação das salas e desvalorização dos professores, além da falta de projeto pedagógico mais atraente, explicam o crescimento da violência de estudantes
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Foto: MARTHA SALOMÃO/FOLHAPRESS

Um aluno de 14 anos esfaqueou um professor de Geografia no Centro Educacional Unificado (CEU) Aricanduva, na zona leste da capital paulista. O docente que foi agredido na manhã de quinta-feira 19, foi levado e operado no hospital da Vila Alpina, mesma região da cidade. O estado de saúde era considerado grave, porém, não houve atualização e nem divulgação de boletim médico. O estudante também feriu a si mesmo na frente dos colegas de classe. As atividades na unidade foram suspensas. O prefeito Bruno Covas (PSDB) esteve na escola após o ocorrido e, em pronunciamento à imprensa, disse que a rede municipal trabalha para prevenir agressões nas salas de aula.

A reportagem é da Rede Brasil Atual.

Segundo representantes dos professores, o que pode explicar a violência que vem crescendo nas escolas são as salas de aulas lotadas, a falta de valorização dos professores e de uma política educacional mais inclusiva e mais atraente.

Para a deputada estadual Maria Izabel de Azevedo Noronha, a Bebel (PT) presidenta da Comissão de Educação e Cultura na Assembleia Legislativa de São Paulo, alunos e professores têm de caminhar juntos na produção de conhecimento e no enfrentamento da violência. Ela acredita que o momento exige união entre governos, sindicatos e a sociedade civil para dar um basta a esta situação.

“Nós vamos ter de pensar, de forma coletiva – governo e sindicatos e sociedade –, como tratar isso de maneira que os professores sejam respeitados”, disse Bebel, em entrevista ao repórter Cosmo Silva, para o Jornal Brasil Atual. Ela, que também é presidenta da Apeoesp (sindicato dos professores da rede pública estadual), afirmou que “tudo recai sobre os professores”,  se referindo à superlotação das salas de aula, à falta de estrutura adequada, bem como um projeto pedagógico pouco convidativo para os jovens.

O vice-presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal (Sinpeem), José Donizete Fernandes, também ressalta a quantidade de alunos em sala de aula como um dos fatores que contribuem para a violência de estudantes. “A redução de alunos por sala é fundamental para que os professores tenham melhores condições para desenvolver um projeto pedagógico que seja mais atraente às crianças e aos adolescentes. Enquanto isso não existir, a violência continuará entrando para dentro da sala de aula ou estará presente no entorno da escola.”

Assista reportagem da Rádio Brasil Atual

 

 

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