As vidas dos bancários do Itaú lotados no Centro Empresarial do Aço (Prédio do Aço) não têm sido fácil. Eles são obrigados a fazer horas extras, cumprindo metas abusivas, sem direto as pausas. A situação agravou-se com a chegada da pandemia do novo coronavírus. Para piorar, o banco passou a demitir no centro adminsitrativo, em meio a um processo negocial.
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“Sabemos que o resultado disso acarretará em diversos afastamentos por doenças mentais e ocupacionais”, afirma a dirigente sindical e bancária do Itaú Elaine Machado. “Os trabalhadores, com medo de represálias e posteriormente demissões, não têm outra opção, se não realizar as duas horas exigidas pelos gestores”, afirma a dirigente.
Há mais de um ano, trabalhadores da mesa correntista de veículos do Itaú, localizado no Prédio do Aço, estão cumprindo duas horas extras todos os dias. Agora, para piorar, eles foram informados que terão de trabalhar também aos sábados, sem nenhum aviso prévio por parte dos gestores do banco, gerando indignação, uma vez que não tiveram tempo hábil de se organizar e se programar para a nova rotina que está gerando exaustão e adoecimentos.
“Todo dia duas horas, duas horas [de hora extra]. Eu sei que é bom por causa do dinheiro, mas desgasta muito. A gente faz um trabalho muito repetitivo. No final do dia eu fico cheio de dores nos braços e nos ombros de tanto digitar”, desabafa um trabalhador.
“Eu bati ponto e fui almoçar mais de seis horas depois. Eu não consegui levantar um minuto para ir ao banheiro. Estou com as minhas mãos duras de tanto digitar”, conta outra bancária.
O mesmo bancário também reclama das metas. “Estão muito abusivas, por conta de problemas de sistema do home office. E as metas estão mais altas do que quando a gente trabalhava no prédio. E sem contar o sábado, porque a gente está trabalhando muito a semana inteira, praticamente todo mundo fazendo duas horas extras”, desabafa.
Sindicato cobra resposta do Itaú
Diante da situação, o Sindicato dos Bancários de São Paulo reuniu-se com o Itaú para cobrar melhoria das condições de trabalho. O banco se comprometeu a dar um retorno sobre a questão.
“Reivindicamos do banco a contratação de mais funcionários para sanar o problema das horas extras; a aplicação de uma jornada de trabalho menos desgastante e mais humana; além da redução das metas, que estão causando adoecimentos nos trabalhadores desta área”, afirma Elaine Machado.
Itaú começou a demitir
Mesmo em meio a negociação e sem ter retorno do banco, o Itaú começou a demitir no Prédio do Aço e no CAT. “O Sindicato entrou em contato com o banco para cobrar a suspensão das demissões e negociar um plano de realocação desses trabalhadores a fim de evitar demissões em um momento tão difícil que o país enfrenta por conta da pandemia”, afirma Elaine Machado.
Acordo Segmento Veículos
Os principais pontos do acordo preveem pagamento de 100% nas horas extras trabalhadas aos sábados; um final de semana cheio (sábado e domingo) e mais um domingo de folga dentro do mês; e disponibilização da escala com um mês de antecedência. O mesmo foi aprovado em assembleia no dia 6 de agosto de 2019 pelos bancários deste segmento, e tem validade de dois anos.
Quando o Sindicato firmou este acordo, o público alvo eram os funcionários de concessionárias que trabalham todos os finais de semana e feriados. O objetivo é proporcionar uma qualidade de vida melhor para estes trabalhadores. Só que o segmento cresceu bastante. Novas áreas e departamentos passaram a ser contemplados pelo acordo e seus benefícios.
“O problema aí foi a falta de transparência e respeito por parte dos gestores do Itaú, que deveriam avisar os funcionários do trabalho aos sábados pelo menos com dois meses de antecedência, e não da maneira como fizeram”, afirma a dirigente Elaine.
“Se o banco ou os gestores não estiverem cumprindo as cláusulas do acordo e os abusos continuarem, os bancários devem contatar o Sindicato, uma vez que o Itaú se comprometeu a rever todos estes problemas”, acrescenta a dirigente.
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