O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região realizou um protesto nesta terça-feira 5, em frente da sede do Banco Pan, na Avenida Paulista, contra as mais de 100 demissões que ocorreram ontem, sem qualquer explicação aos trabalhadores e negociação com o Sindicato.
"Hoje pela manhã recebemos uma denúncia de que o Banco Pan está transferindo trabalhadores bancários para a financeira, sem nenhuma negociação ou diálogo com o Sindicato. Um extremo desrespeito com os trabalhadores e também um ato antissindical, que fere a Convenção Coletiva de Trabalho. Toda e qualquer alteração no regime de trabalho tem de ser negociada com o movimento sindical. O Banco Pan não fez isso ao fazer a alteração destes trabalhadores para financiários e, ontem, esses desligamentos que já somam 190 desde a última segunda-feira", relatou a secretária-geral do Sindicato, Lucimara Malaquias, presente no ato desta terça.
"Essa é uma situação grave. Exigimos que o Banco Pan marque uma reunião urgente com o movimento sindical, para nós negociarmos essa situação", acrescenta.
Lucimara orienta que os bancários do Pan, demitidos ou transferidos para a financeira, procurem o Sindicato.
"Queremos entender a sua condição em particular. Situações de gravidez, tratamento de doenças, afastamento. Nos procurem para que possamos auxiliá-los da melhor forma possível. Estamos com vocês", orienta a diretora executiva do Sindicato.
O bancário pode entrar em contato com o Sindicato por meio da Central de Atendimento remota, pelo (11) 3188-5200, via chat, e-mail e WhatsApp (11 99930-8483), canais que funcionam das 9h às 18h.
"Entrevista de desligamento"
Além de não dar qualquer explicações aos demitidos, o Banco Pan enviou e-mail comunicando estes trabalhadores que, em breve, receberiam um link por e-mail ou SMS para realizarem uma "entrevista de desligamento".
O objetivo descrito na mensagem seria avaliar como foi a "experiência" do trabalhador demitido e "entender os pontos de melhorias e trabalhar para que o Pan seja um lugar cada vez melhor para se trabalhar".
"Essa mensagem é uma espécie de 'cereja do bolo' da postura desrespeitosa do Banco Pan. Promove demissão em massa, sem explicação e negociação com o Sindicato, e ainda quer que o demitido avalie a sua 'experiência'. O trabalhador não tem qualquer obrigação de realizar esta entrevista e, caso seja coagido ou intimidado para que o faça, deve procurar o Sindicato [contatos acima]", diz Lucimara.
Lucro nas alturas
Em 2022, o Banco Pan obteve lucro de R$ 773 milhões, e no primeiro semestre deste ano o resultado chegou aos R$ 384 milhões.
"Não existe qualquer justificativa cabível para essa demissão em massa e para a transferência de bancários para a financeira, desrespeitando trabalhadores e a sua representação sindical. Cobramos que o Banco Pan abra de imediato uma negociação com o Sindicato. Caso isso não ocorra e o banco não interrompa as demissões, vamos intensificar cada vez mais os protestos", conclui a secretária-geral do Sindicato.