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Chapéu
Desrespeito

Santander quer economizar “coxinha” com vale-transporte    

Linha fina
Bancários do Vila Santander estão sendo coagidos a alterarem seus trajetos, implicando em mais tempo de deslocamento, para gastarem menos com o transporte até o local de trabalho. Trabalhadores prejudicados devem procurar o Sindicato
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Foto: Elaste2000/Wikipedia

Sob o argumento de realizar uma “readequação de itinerários”, o Santander está coagindo funcionários do Vila Santander, concentração bancária localizada na capital paulista, a reduzir o número de conduções que utilizam para ir e voltar do local de trabalho. O banco espanhol inclusive contratou uma consultoria para verificar os trajetos.

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“O Santander – um banco que no primeiro semestre lucrou quase R$ 6 bilhões, crescimento de 27,5% em relação ao mesmo período de 2017, ano em que teve seu maior lucro no Brasil – quer cortar custos mais uma vez nas costas dos trabalhadores. Quer forçar que trabalhadores gastem ainda mais tempo para chegar e voltar do trabalho para economizar  no vale-transporte um valor que não chega nem a pagar uma coxinha”, critica a dirigente do Sindicato e bancária do Santander, Lucimara Malaquias.

“Um exemplo do prejuízo da readequação é o caso de uma trabalhadora que o banco quer que pegue quatro ônibus para chegar ao trabalho, se abstendo de utilizar o metrô e assim economizando o valor da integração, R$ 2,96. Isso faria com que a trabalhadora duplicasse o tempo do seu trajeto, que passaria de uma hora e meia para três horas. Considerando a ida e a volta, são três horas a menos que essa bancária teria para ficar com a família, para seus compromissos pessoais”, acrescenta.

Procurado pelo Sindicato, o Santander confirmou a “readequação”, mas alegou que continuará custeando o transporte para o trabalhador que “realmente” precisa de mais de uma condução para ir ao trabalho.

“Apesar da alegação do banco, trabalhadores denunciaram que na prática estão sendo coagidos a reduzir o número de conduções e, se não aceitarem, o Santander tenta fazer com que assinem um termo em que abrem mão do direito de ter custeado o transporte”, esclarece Lucimara, acrescentando ainda que os maiores prejudicados pela “readequação” são os moradores de regiões periféricas.

“Mais uma vez, o Santander tenta economizar com coisas que financeiramente são irrelevantes, mas que representam muito em termos de conforto e qualidade de vida para o trabalhador. São exemplos as alterações do convênio médico, a SIPAT, o banco de horas e tudo mais que reflete na saúde e bem estar do trabalhador. Por outro lado, investe pesado em propaganda interna e externa pra vender a imagem de que é o melhor banco pra se trabalhar", enfatiza a dirigente.

> Mais uma vez, Santander economiza com a saúde dos bancários

Lucimara lembra ainda que, por lei, é obrigatório que o empregador custeie o vale-transporte do trabalhador, com limite máximo para desconto em folha de 6%. No caso dos bancários, a Convenção Coletiva de Trabalho prevê que o desconto máximo é de 4%, uma conquista da categoria.

“Orientamos que os bancários não assinem o termo abrindo mão do custeio do transporte e, no caso do banco enviar e-mail com sugestão de novo trajeto, mas o trabalhador não se sentir contemplado, escolha a opção ´reavaliar´. Com essa resposta do banco em mãos, o trabalhador deve procurar o Sindicato por meio da Central de Atendimento (3188-5200) ou WhatsApp (11 97593-7749). Nenhum trabalhador deve ser coagido a alterar seus trajetos, muito menos a se deslocar a pé para economizar no vale-transporte”, orienta a dirigente do Sindicato.

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