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Chapéu
Resultado da terceirização

Santander: demissões e outros problemas já começaram na SX Tools

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Dirigentes protestam contra terceirização no Santander. Eles estão em frente a uma faixa onde se lê: "Diga não à terceirização. Ela só é boa para o patrão."

O Santander mal concluiu a terceirização dos bancários para a SX Tools, e já começaram as demissões na empresa intermediadora de mão de obra do banco. O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região apurou ao menos sete dispensas nos últimos dias, e realizou atividade para protestar e dialogar com os trabalhadores nesta quarta-feira 26.

A SX Tools é a empresa terceirizada para a qual o Santander transferiu bancários da área de manufatura, e que estavam lotados em sua maioria no Radar Santander. Com a mudança, os empregados perderam os direitos e conquistas da categoria bancária – uma das mais fortes e organizadas do país –, como a PLR e a jornada de seis horas.

“Os bancários acabaram de ser terceirizados com perda de direitos, e as demissões já passaram a ser promovidas em menos de um mês. Isto sem contar os outros problemas relatados pelos trabalhadores”, diz Susana Malu Córdoba, dirigente sindical e bancária do Santander.

Ainda trabalham cerca de 300 bancários no prédio da SX Tools, mas eles foram surpreendidos, no dia 3 de outubro, com a reconfiguração do layout do local. Todas as menções ao Santander foram retiradas do local. Agora os bancários remanescentes no prédio não sabem ser serão demitidos ou terceirizados.

Possível mudança da SX Tools para Piracicaba

Em conversa com trabalhadores da SX Tools, os dirigentes sindicais foram informados sobre a intensão do banco de transferir as operações para Piracicaba, o que está gerando muita apreensão, pois os empregados acreditam que quem não aceitar a transferência poderá ser demitido.

Aumento reduzido de salário em caso de promoção

Outra situação que vem trazendo insatisfação para esses bancários recentemente terceirizados é que aqueles que forem promovidos de assistente para analista terão aumento salarial de apenas 20% – quando pertenciam a categoria bancária, este aumento era de 55%.

Trabalhadores querem ser representados pelo Sindicato dos Bancários

A maioria dos trabalhadores reprova a terceirização que vem sendo promovida pelo Santander e afirma que quer ser representada pelo Sindicato dos Bancários, e não por outros sindicatos.

>Em assembleia, bancários dizem não para a terceirização no Santander

“O banco, em resposta às diversas atividades que o Sindicato vem promovendo contra a terceirização, decidiu impedir o acesso dos diretores sindicais aos locais de trabalho. Reforçamos, no entanto, que nosso compromisso com a categoria é permanente e que esses trabalhadores não estão sozinhos. O Sindicato continuará protestando contra as terceirizações e demissões.”, afirma Susana.

Santander deve negociar com o Sindicato!

O Sindicato cobra da direção do Santander uma mesa de negociação para discutir essas terceirizações que vem sendo promovidas pelo banco desde meados de 2021.

“O Santander não esclarece nada para os trabalhadores. Uma situação desrespeitosa e absurda que deixa os empregados inseguros e ansiosos. A direção do banco deve ter um mínimo de respeito com os seus funcionários, terceirizados ou não; e com o Sindicato, que é o representante legítimo dos trabalhadores, por meio da abertura de um canal de diálogo e de negociação; e de informações claras”, afirma Alberto Maranho, dirigente sindical e bancário do Santander.

Terceirização X eleição

Maranho lembra que o enfretamento do processo de terceirização no Brasil passa pela ação sindical, mas também está diretamente ligado à eleição presidencial do dia 30 de outubro.

O dirigente ressalta que o Santander está ampliando a terceirização ancorado na reforma trabalhista e na legalização da terceirização irrestrita de todas as atividades de uma empresa, ambas aprovadas após o golpe de 2016.

“São mudanças profundas nas relações de trabalho que foram colocadas em prática após a mudança de governo, e vendidas como a solução para a geração de empregos, o que se mostrou uma falácia, já que mesmo depois de cinco anos das mudanças, ainda existem mais de 10 milhões de desempregados, e os que foram contratados estão em empregos com direitos e salários reduzidos”, afirma Alberto.

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