
Nesta sexta-feira (3), o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região realizará a segunda audiência de mediação com o Itaú no Tribunal Regional do Trabalho. O encontro discutirá as demissões realizadas pelo banco em setembro e dará continuidade à mediação realizada quarta-feira (1º), que terminou sem consenso entre as partes.
Assim que a mediação for concluída, os bancários e bancárias serão informados sobre os resultados. Até lá, relembre as ações tomadas pelo Sindicato até o presente momento.
Negociações com o Itaú

No dia seguinte ao desligamento em massa (cerca de mil demissões), 9 de setembro, representantes do Sindicato se reuniram com o Itaú para questionar a falta de transparência do processo, a ausência de negociação prévia com o movimento sindical e a inexistência de feedbacks ou medidas de orientação aos trabalhadores antes do desligamento.
As tratativas retornaram em 15/09, com intermédio da Comissão de Organização dos Empregados (COE Itaú). Pouco depois, em 18 de setembro, houve nova rodada de negociação, desta vez com a presença da Fenaban (Federação Nacional dos Bancos).
Mesmo com diversas rodadas negociais, o Itaú se manteve irredutível em relação à reintegração dos demitidos e apresentou seu sistema de monitoramento, defendendo sua eficácia. O Sindicato contrapôs com relatos de quase 400 bancários ouvidos em plenária, que mostraram contradições na narrativa do banco e contestaram o critério das demissões.

Diante da intransigência, o Sindicato levou o caso ao TRT, que realizou, em 1º de outubro, audiência de mediação entre as partes. A sessão terminou sem consenso e uma nova audiência foi marcada para 3 de outubro, às 18h.
Além da reintegração dos demitidos, o Sindicato exige do Itaú: revisão caso a caso de desligamentos de pessoas com deficiência e de trabalhadores em tratamento de saúde; transparência sobre as ferramentas de monitoramento utilizadas; respeito ao processo negocial com o movimento sindical; garantia de feedback e orientação antes de qualquer desligamento; e retratação pública pela forma vexatória como os cortes foram expostos.
Protestos e mobilização

Logo após o anúncio da demissão em massa, o Sindicato iniciou uma série de protestos em unidades estratégicas do Itaú. No dia 9 de setembro, houve manifestações no Ceic (Centro Empresarial Itaú Conceição) e no CT (Centro Tecnológico). No dia seguinte, 10/09, o alvo foi o edifício-sede do banco (Itaú BBA), na avenida Faria Lima, que abriga a presidência e a diretoria.
No dia 17 de setembro, o Sindicato voltou ao Ceic, desta vez paralisando as atividades do local e recebendo grande apoio dos trabalhadores. Em 24/09, o Sindicato voltou ao Itaú BBA e paralisou as atividades. Já em 29/09, logo nas primeiras horas da manhã, a entidade paralisou o CT, na Mooca, que concentra cerca de 14 mil bancários, sendo o maior complexo tecnológico do Itaú.

Diálogo com os trabalhadores
Além da mobilização de rua, o Sindicato intensificou o diálogo com a categoria. Em 11 de setembro, promoveu uma grande plenária virtual com a participação de quase 400 bancários demitidos, ouvindo relatos, prestando esclarecimentos e definindo os próximos passos da luta.
No dia 24 de setembro, foi realizada outra plenária virtual, desta vez com bancários e bancárias que continuam no Itaú. O encontro debateu o futuro do home office no banco e registrou preocupações, denúncias e propostas diante do clima de insegurança provocado pela decisão da instituição financeira.
"Não vamos admitir que o Itaú siga sem rever as demissões, principalmente das pessoas adoecidas e PCDs. A postura do banco foi ditatorial, não dando a chance de defesa aos trabalhadores. Os bancários merecem respeito e o Itaú precisa reconhecer isso publicamente", cobra Valeska Pincovai, diretora executiva do Sindicato e coordenadora da COE Itaú (Comissão de Organização dos Empregados do Itaú).
"Para os trabalhadores que permaneceram nos locais de trabalho, exigimos transparência nos processos de avaliação com feedbacks permanentes. Junto a isso, cobramos a construção de mecanismos em conjunto para proteger os trabalhadores e garantir todos os seus direitos, respeitando todas as leis de proteção à privacidade", completa Valeska.
