São Paulo – As mulheres negras acumulam os piores indicadores sociais no Brasil. Os números apontam que elas são as mais pobres, as que têm menos oportunidades, que ganham menos e vivem em uma situação de, praticamente, nenhuma mobilidade social. "As dificuldades de gênero são maiores, mas a mulher negra, em uma pirâmide social, está na base, então a dificuldade de ascender é maior", afirma a ativista e museóloga Rafaela Caroline, em entrevista à TVT, destacada em reportagem da Rede Brasil Atual.
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De acordo com o Disque 180, as mulheres negras representam 58,8% das vítimas em casos de violência doméstica. Elas também são 65,9% das que sofrem com a violência obstétrica, como aponta a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Já o Ministério da Saúde mostra que elas morrem mais em decorrência do parto: são 53,9% dos casos.
As mulheres negras também enfrentam desigualdade no ambiente de trabalho. Segundo o IBGE, o rendimento médio delas é de R$ 800 ao mês. Já homens brancos chegam a ganhar quase o dobro: R$ 1.559.
Para tentar resolver o problema, foi criada em 2003 a Secretaria Especial de Política para Mulheres. Desde então, o país reconhecia a necessidade de um olhar mais cuidadoso para a melhoria da qualidade de vida das mulheres negras, porém a pasta foi extinta pelo governo Temer.
"O governo tem os dados, mas não consegue tirar a mulher negra dessa invisibilidade. Nós, mulheres negras, continuamos em marcha para o nosso bem viver, que não é só para nós, mas para sociedade", diz Joseane Lima, do Movimento de Mulheres Negras.
A professora de Pedagogia da Universidade de Brasília (UnB) Rita Silvana dos Santos acredita que falta professoras negras na educação básica. "Esse fato se deve porque, para atuar como docente na educação básica é necessária formação de nível superior, mas os negros no Brasil ainda têm baixa escolaridade, por ausência de políticas públicas nessa área."
Assista à reportagem da TVT: