Para protestar contra a reestruturação que está sendo promovida pela direção da Caixa e que ameaça as carreiras dos empregados e a função pública e social do banco, o Sindicato irá realizar atos e protestos no próximo dia 5, com retardamento nas aberturas das unidades e leitura de Carta aos Empregados. Também serão realizadas reuniões nas Superintendências Regionais.
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Denominada esquenta do dia 13 - quando ocorrerá um Dia Nacional de Luta contra Reestruturação – a mobilização deve ser intensificada também nas redes sociais com twitaço a partir das 11h do dia 5 de fevereiro, usando as hastags #SomosMuitasCaixas,#ACaixaéTodaSua e #EsquentaparaoDia13.
> Empregados participam de plenária em defesa da Caixa
A Contraf-CUT enviou ofício à direção da Caixa Econômica Federal reivindicando a suspensão da reestruturação, anunciada pela empresa em 22 de janeiro, e o agendamento de reunião com a comissão de empregados para debater o processo.
O ofício destaca que “as alterações nas áreas impactam drasticamente os empregados, que se encontram em situação vulnerável, inclusive pela falta de informações, gerando pânico quanto a eventuais extinções e dispensas das funções, que repercutem na vida financeira e pessoal dos empregados”.
Os representantes dos empregados ressaltam que não houve negociação prévia com a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), contrariando o que prevê a cláusula 47, parágrafo segundo, do ACT 2018/2020, em que a Caixa se compromete a discutir “quaisquer impactos na vida funcional dos empregados, decorrentes da implantação de novos processos de trabalho pela empresa”.
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A reestruturação aumenta a precarização das condições de trabalho, resultando em problemas como mudança brusca de atividades, cobranças de metas abusivas, descomissionamentos sumários, fim de postos de trabalho e transferências compulsórias.
“É fundamental que a Caixa abra discussão com as entidades sindicais para buscar soluções para os impactos na vida funcional dos empregados, que estão sendo afetados pelas reestruturações, estabelecendo algumas garantias para que não haja prejuízos aos trabalhadores”, destaca o coordenador da CEE/Caixa e diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Dionísio Reis.
Mobilização
“É importante que o maior número de empregados participe dessas mobilizações para debater o processo e encontrar formas de barrar essas mudanças que certamente estão impactando negativamente os trabalhadores afetados por mais uma reestruturação do banco”, convoca Dionísio Reis.
Desmonte
As alterações propostas pela direção da Caixa estão concentradas no aumento das vendas de produtos em seguros, cartões e outras áreas que o banco quer privatizar.
> Governo prepara mais um fatiamento da Caixa
A Caixa atingiu o posto de terceiro maior banco do país ao priorizar justamente sua função social por meio da oferta de crédito, investimentos em financiamento habitacional como o programa Minha Casa Minha Vida e com o financiamento estudantil (Fies). Mas, nos últimos quatros anos, a empresa vem abandonando essa política.
Entre 2015 e 2019, por exemplo, houve uma redução de quase 71% no crédito para micro e pequenas empresas e de 30,51% no crédito agrícola. Com relação ao Fies, de 2015 a 2018, foi registrada uma queda de aproximadamente 71%.
Atualmente, o lucro da Caixa decorre cada vez menos das operações bancárias e mais da venda de ativos e de operações de tesouraria, como venda de títulos (TVM), e comercialização de ações (Petrobras), ou com a imposição de um teto de 6,5% para gastos com o Saúde Caixa.
O banco vem sendo descapitalizado com os pagamentos do Instrumento Híbrido de Capital (IHCD). A devolução desse dinheiro implica, por exemplo, em mais cortes em programas como o Minha Casa Minha Vida, que está parado por conta da falta de recursos. O programa deve ter o menor orçamento da história. O contingenciamento levou mais de 90% dos recursos autorizados.