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Chapéu
Discriminação

Episódio em Salvador escancara o racismo

Linha fina
Cliente foi imobilizado com um mata-leão dentro de uma agência bancária
Imagem Destaque
Foto: Freepik

Após esperar por horas para ser atendido em uma agência da Caixa em Salvador (BA), um cliente foi retirado à força por policiais militares – sendo, inclusive, violentamente imobilizado com um mata-leão. O episódio gerou revolta e abre espaço para questionamento sobre a questão racial no Brasil.

“Vivemos em uma sociedade com um histórico escravocrata e racista que mantém estigmas na atualidade. A PM reflete essa situação quando tem um tratamento extremamente violento com negros e negras. Os bancos, por sua vez, também são um símbolo dessa herança maldita da escravidão, uma vez que não há igualdade de oportunidades, e as promoções repetem o modelo de exclusão racial verificado nos demais setores da sociedade”, afirmou Dionísio Reis, secretário de Relações Sindicais e Sociais do Sindicato.

Em nota divulgada na última quarta-feira 27, a Caixa informou que afastou o empregado da agência acusado de racismo e afirmou que repudia as práticas e atitudes de discriminação. O Sindicato cobra a correta apuração do caso, com agilidade e justiça.

Desigualdade

Segundo o IBGE, pretos e pardos compõem 54% da população total do país. Mas de acordo com o Censo da Diversidade Bancária - levantamento mais recente sobre o perfil da categoria, realizado em 2014 -, ocupam apenas 24,6% dos cargos nos bancos (os pardos são 21,2% e os pretos são 3,4%). Uma das conquistas da Campanha Nacional Unificada dos Bancários de 2018 foi a realização de um novo Censo da Diversidade, o que deve ocorrer ainda em 2019.

“O Sindicato sempre tem um histórico de luta contra o racismo ou qualquer outra forma de discriminação, tanto nos bancos quanto na sociedade como um todo. Estamos integrando o fórum de combate à desigualdade racial, temos um coletivo para discutir o tema no Sindicato, mesa permanente de igualdade de oportunidades e outras lutas e iniciativas. Repudiamos qualquer forma de discriminação racial nas agências e em quaisquer espaços da sociedade”, defendeu Dionisio.  

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