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Chapéu
Covid-19

Coronavírus: Situação nas agências, metas e protocolo frágil motivaram Sindicato a cobrar Itaú

Linha fina
Pesquisa com empregados de 30 agências da zona leste revela que, em 80% delas, não há rodízio de trabalho; após pressão da entidade, banco suspendeu metas para afastados pela covid-19 e irá diminuir a pontuação do Gera na antecipação do feriado; medidas ainda são insuficientes 
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Foto: Seeb-SP

Diante do aumento exponencial de contaminações e mortes pela covid-19, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região cobrou do Itaú a suspensão das metas e o retorno do home office – reivindicações que estão sendo feitas há meses.  O banco se comprometeu a implantar esquema de rodízio na antecipação dos feriados, bem como a redução da entrega de resultados, e haverá distribuição de máscaras para os trabalhadores.

As medidas são insuficientes diante do número de contaminações – foram mais de 97 mil e 2,36 mil mortes só nesta quinta 25.

A situação é ainda mais preocupante porque o protocolo do Itaú contra a covid-19 é fraco.  

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região conduziu uma pesquisa, entre os dias 15 e 18 de março, em 30 agências Itaú da zona leste, onde trabalham 356 bancários.  

Segundo os trabalhadores, em 26 unidades bancárias não há qualquer tipo de rodízio de trabalho (80% do total), ou seja, todos cumprem suas jornadas de trabalho presencialmente. De um universo de 356 bancários, 284 estão expostos diariamente, mesmo em meio ao pico da pandemia no Brasil, que está acima de todos os outros no número diário de mortes.  

“Os dados da pesquisa reforçam que os protocolos de segurança vêm sendo enfraquecidos ao longo da pandemia”, sustenta o dirigente sindical e bancário do Itaú Edegar Faria, que conduziu a pesquisa.  

Fragilidade do protocolo contra covid-19  

Antes, quando havia um caso confirmado, todos ficavam em quarentena até pelo menos os exames apontarem negativo, e até que a agência fosse sanitizada. 

Agora, os funcionários que não mantém contato direto com o colega que testou positivo não são mais afastados por 14 dias. A agência funciona normalmente até ser higienizada, fora do expediente. E o exame, embora coberto pelo plano de saúde, deve ser agendado por conta própria. 

Gerentes escondendo casos de covid-19  

Além da fragilidade do protocolo do Itaú, há também a cobrança por metas. Os bancários relatam que depois da implantação do programa Gera, as metas aumentaram e os gerentes estão escondendo casos de covid-19 por causa da pressão para obtenção de resultados.  

A situação motivou o sindicato a cobrar do banco a suspensão da cobrança de metas durante a pandemia. A pressão fez o banco garantir a pontuação mínima no Gera nos dias da antecipação do feriado. Também resultou na garantia da pontuação para os afastados por suspeita de covid-19. 

“Ainda não é suficiente. Queremos a suspensão das metas na pandemia, afirma Edegar, acrescentando que “mudar programa de metas acabou piorando a cobrança. O banco está fazendo isso para demitir os trabalhadores, acumulando a função dos gerentes operacionais para os trabalhadores do comercial. Agora não é o momento de fazer mudança nenhuma, ainda mais na zona leste, a região mais populosa de São Paulo e onde os hospitais estão operando no limite do colapso. Isso está longe de ser uma situação pontual. Estamos monitorando toda a base, e esta é uma ocorrência generalizada”, afirma o dirigente.   

Prática diferente da palavra  

O que os bancários relatam ao Sindicato contrasta com o conteúdo da carta aberta elaborada por economistas, empresários, ex-ministros e banqueiros - dentre eles Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles -, cobrando do governo federal medidas contra a pandemia.  

“Não adianta os controladores do Itaú se limitarem a defender em um documento medidas contra a pandemia enquanto o banco expõe diariamente a riscos de contaminação e mortes os trabalhadores, que são justamente aqueles que conseguem os lucros da instituição financeira, por meio do esforço e dedicação diários”, afirma Edegar  

“Por isto, cobramos do Itaú para que aplique na prática aquilo que os seus controladores pregaram na carta, e proteja as vidas dos seus trabalhadores e de suas famílias, por meio de adoção de protocolos mais rígidos de segurança contra a covid-19”, finaliza o dirigente.    

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