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Chapéu
Conferência Estadual

Defesa da CCT e eleições serão centrais na Campanha dos Bancários

Linha fina
Em mesa de análise de conjuntura, presidente da CUT e presidenta da Contraf-CUT destacaram os ataques do governo golpista aos direitos dos trabalhadores, aos bancos públicos e à soberania nacional; e reforçaram importância de disputar as urnas e debater as eleições com a categoria bancária
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Foto: Mauricio Morais/Fetec-CUT/SP

A defesa da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e dos direitos bancários, ameaçados pela lei trabalhista de Temer (13.467/2017), e as eleições de outubro, em que estará em jogo o projeto político que se quer para o Brasil, serão dois importantes focos da Campanha Nacional Unificada dos Bancários. Foi o que apontaram o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o bancário Vagner Freitas, e a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramos Financeiros (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, os debatedores da mesa de conjuntura da Conferência Estadual dos Bancários de São Paulo, realizada neste sábado 26, na capital paulista. A mesa teve como mediadora a presidenta da Fetec-CUT/SP, Aline Molina.

> Dia D para os bancários. Nossos direitos estão em risco

A Conferência Estadual, que iniciou por volta das 10h, reúne 332 delegados, eleitos em assembleias realizadas nas bases dos 14 sindicatos que compõem a Federação dos Bancários da CUT de São Paulo (Fetec-CUT/SP). A Conferência Estadual debate estratégias de luta e as prioridades dos bancários do estado de São Paulo a serem levadas para a 20ª Conferência Nacional, que por sua vez aprova a pauta de reivindicações a ser negociada com a federação dos bancos (Fenaban), e ocorrerá nos dias 8,9 e 10 de junho, também na capital paulista. A Conferência Estadual também irá referendar os delegados que representarão o estado na Conferência Nacional.

Foto: Mauricio Morais/ Fetec-CUT/SP
Vagner Freitas, Aline Molina e Juvandia Moreira

O presidente da CUT, o bancário Vagner Freitas, defendeu a participação massiva do movimento sindical bancário nas eleições de 2018. “A única forma de fazermos o enfrentamento ao projeto golpista é jogarmos todas as nossas forças nas eleições de outubro. Portanto, temos de nos mobilizar pelos nossos direitos, mas também temos de mostrar para os bancários quais foram os políticos que votaram a favor da reforma trabalhista que acabou com direitos trabalhistas. E temos de eleger o maior número de vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores comprometidos com os trabalhadores e com um outro projeto de Nação”.
 
Vagner disse que a prisão do ex-presidente Lula é para impedir que ele ganhe as eleições, já que lidera em todas as pesquisas. “E pesquisas demonstram que o projeto deles não ganha nas urnas, porque as pessoas estão comparando a vida que tinham antes e a vida que têm agora, sem emprego, sem renda para pagar aluguel, etc. Os eleitores não votam em quem aprovou a reforma trabalhista. Os eleitores de oposição ao atual governo são ampla maioria. Cabe a nós massificar o nome dos deputados e senadores que apoiaram o governo golpista e votaram contra os interesses dos trabalhadores e da população”, reforçou o dirigente, acrescentando que na consulta aos bancários em todo o país, 69% responderam que não votariam em deputados e senadores que votaram a favor da reforma trabalhista.

Segundo Vagner Freitas, é necessário apostar na mobilização dos trabalhadores contra a pauta de retrocessos que a “elite” dirigente do país tenta impor.
 
“O movimento dos caminhoneiros que está acontecendo neste momento tem o apoio de parcela expressiva da população, apesar dos impactos que causa. Isso mostra que há muito espaço para a construção de uma grande mobilização nacional dos trabalhadores, que, junto com a eleição de candidatos comprometidos com as causas populares, será fundamental para dar um fim à retirada de direitos”, reiterou o presidente da CUT.

Defesa da soberania nacional e dos bancos públicos

A presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, também destacou a importância das eleições de 2018, para que seja retomado o projeto de Brasil com soberania, fortalecimentos da Caixa, Banco do Brasil, BNDES e demais empresas públicas, com geração de emprego e renda e justiça social, que foi retirado do poder com o golpe de 2016.
 
“Na nossa Campanha 2018 temos de nos organizar para defender a nossa CCT e nossos direitos, mas também é fundamental que a gente debata as eleições com a categoria bancária em todo o país. Temos de mostrar que o que está em risco é a soberania do Brasil, que depois do golpe passou a atender aos interesses econômicos estrangeiros, se restringindo a mero exportador de matéria prima. Precisamos mostrar para a categoria que a existência dos bancos públicos está sob ameaça, porque não vai sobrar bancos públicos se esse projeto golpista continuar”, disse.
 
A dirigente ressaltou que os bancos começam a implantar a reforma trabalhista de Temer, mas que ainda não adotaram o ritmo acelerado por conta da incógnita que é o resultado das urnas em outubro.

“O Banco do Brasil abriu uma agência só com terceirizados. O Santander está demitindo. O setor financeiro só não se aprofunda com mais rapidez na nova lei trabalhista porque ainda têm uma eleição pela frente e os candidatos deles não decolam, porque eles sabem que esse projeto não ganha nas urnas”, comentou, reforçando a importância de discutir as eleições e eleger candidatos comprometidos com os trabalhadores. 

“Temos de ir para as ruas defender a democracia e apontar um caminho para o país. Somos uma categoria com uma forte história de luta, que construiu uma CCT nacional, uma mesa única de negociação. Temos obrigação de fazer essa luta, pelos bancários e pela população brasileira”, convocou Juvandia Moreira.
 

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