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Chapéu
Prática antissindical

Justiça decidirá sobre retaliação à greve do dia 28

Linha fina
Caixa descumpriu liminar determinando que não houvesse dedução nos salários dos empregados por conta da adesão à paralisação; Sindicato entrou com mandado de segurança que será avaliado por colegiado do TRT na quarta 28
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Foto: Jason Morrison/SXC

São Paulo – Mesmo com liminar da Justiça favorável aos trabalhadores, a Caixa manteve o desconto nos salários dos empregados que aderiram à greve geral de 28 de abril. Diante disso, o Sindicato apelou novamente ao Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo e a responsável pelo caso, desembargadora Rosa Maria Zuccaro, decidiu submeter a questão à Sessão de Dissídios Individuais (SDI-1) do TRT, que decidirá, nesta quarta-feira 28, sobre o mandado de segurança impetrado pela entidade .

“Antes de apelar para a Justiça, o Sindicato tentou acordo pelas vias negociais, mas o banco manteve a retaliação. Cobramos pessoalmente o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, e ele nos afirmou que não havia autorizado o desconto e que iria revertê-lo, mas não o fez. Além disso, representantes da Caixa afirmaram que iriam abrir negociação sobre o assunto, mas também não houve nenhum canal de diálogo. É um absurdo que tenhamos de recorrer a mandados de segurança e a decisões da Justiça, quando seria muito melhor o caminho do debate. O banco deveria respeitar os trabalhadores”, critica o diretor executivo do Sindicato e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE), Dionísio Reis.

“Esperamos que o TRT decida de forma favorável aos empregados. Já tivemos posição a nosso favor do Ministério Público do Trabalho, que deu parecer orientando a Caixa a retirar a classificação de falta injustificada, cancelando reflexos negativos na carreira dos bancários, e a devolver o desconto”, lembra o dirigente.

Entenda – A liminar foi concedida em meados de maio pelo juiz Ricardo Apostólico da Silva, do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, em resposta ao mandado de segurança impetrado pelo Sindicato. A Caixa alegou, em mesa de negociação no dia 25 de maio, que o desconto foi efetuado porque a folha de pagamento já havia sido fechada quando a liminar foi concedida, e ficou de formular proposta a respeito. 

“A Caixa não formulou nenhuma proposta, não abriu canal de negociação sobre a questão, como havíamos reivindicado, e nem devolveu o que havia descontado nos salários deste mês. Portanto, manteve o desrespeito à liminar”, relata Dionísio.

O dirigente destaca que o Sindicato continua lutando contra a retaliação à greve. “Além de cobrar pessoalmente o presidente do banco, fizemos ato na Gipes pressionando pela devolução dos 10% e pela anulação da falta injustificada. E no mesmo dia entregamos documento à direção do banco reivindicando novamente que a instituição cumprisse a liminar.”

Ele reforça, no entanto, que a atitude antissindical da Caixa não vai impedir que os empregados cruzem os braços na sexta-feira 30 contra as "reformas" de Temer e em defesa dos bancos públicos. “Os trabalhadores têm consciência de que precisam defender sua aposentadoria, lutando contra a reforma da Previdência, precisam defender seus direitos e ir para as ruas contra a reforma trabalhista, e sabem que têm de reforçar a luta para manter seus empregos e impedir o desmonte dos bancos públicos, promovido por esse governo ilegítimo.”

 

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