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“Esquenta” na Caixa tem protesto contra represália

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Em dia de mobilização e preparação para a próxima paralisação nacional contra reformas de Temer, bancários realizam ato de repúdio à retaliação do banco à última greve geral, em 28 de abril
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Foto: Seeb-SP

São Paulo – Um ato de repúdio ao desconto realizado pela Caixa como retaliação à participação dos bancários na greve geral do dia 28 de abril. Foi assim que dirigentes sindicais e empregados do banco iniciaram a terça-feira 20, dia de esquenta para a próxima greve geral no país contra as reformas de Temer, por eleições diretas e em defesa dos bancos públicos, prevista para 30 de junho. O protesto foi na Gipes (Gestão de Pessoas) e cobrou que o banco efetue o estorno do desconto de 10% nos salários dos empregados.

No mesmo dia, o Sindicato entregou à direção da Caixa um documento reivindicando novamente que o banco respeite a liminar da Justiça que determinou o não desconto, e retire a classificação de falta injustificada, que leva a reflexos negativos na carreira dos trabalhadores.

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O movimento sindical já questionou pessoalmente o presidente do banco, Gilberto Occhi, que disse que ordenaria a reversão do desconto, e já levou o problema à mesa de negociação permanente, em Brasília. Na ocasião, os representantes da Caixa afirmaram que o desconto foi realizado porque a folha de pagamento já estava fechada quando saiu a liminar da Justiça Trabalhista, mas que o ressarcimento viria no mês seguinte. Não foi o que ocorreu. “A Caixa deveria devolver os 10% este mês, mas não o fez, descumprindo decisão judicial, e nem mesmo abriu negociação sobre o problema, como já havíamos cobrado do banco”, destacou o diretor executivo do Sindicato e coordenador da Comissão de Empresa dos Empregados da Caixa (CEE), Dionísio Reis.

Além disso, lembra o dirigente, os representantes do banco afirmaram que a Caixa tem disposição de negociar, mas não tinha ainda uma proposta fechada. “Vamos continuar pressionando. E essa prática antissindical não vai nos impedir de aderir à próxima greve geral”, afirmou.

Consulta – O “esquenta” foi também um dia de consulta à categoria. O Sindicato realizou assembleias e votações em várias agências e concentrações bancárias de São Paulo, Osasco e região para que os bancários possam referendar a adesão à próxima greve geral, a segunda do ano. A consulta continua por essa semana. Também haverá votação na Gipes, local do protesto contra o desconto, e já houve em outros prédios administrativos e agências da Caixa em toda a base do Sindicato.

“A greve geral é uma forma de pressionar o governo e o Congresso contra a aprovação dos projetos de reforma trabalhista, que vai retirar direitos previstos na CLT, e de reforma da Previdência, que vai tornar a aposentadoria impossível para a grande maioria dos brasileiros. É também pela defesa da Caixa e dos bancos públicos, que são fundamentais para a população e para o desenvolvimento do país”, destacou Dionísio, acrescentando que os motivos são suficientes para que os empregados mostrem novamente sua força de mobilização aderindo à paralisação do final do mês. “Mesmo que haja retaliação e prática antissindical da Caixa, nós bancários vamos manter a mobilização e estaremos nas ruas contra esse governo ilegítimo e as reformas que está impondo em favor dos banqueiros, empresários e dos mais ricos”, reforçou. “Parar também será uma forma de os empregados mostrarem insatisfação com as práticas antissindicais do banco”, acrescentou.

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O dirigente ressaltou, ainda, a importância dos bancos públicos: “O país está sendo vítima de uma chantagem. Banqueiros, investidores privados e o grande capital ameaçam não apostar no Brasil caso as reformas de Temer não passem, mas isso é um grande blefe porque eles de fato não investem no país. O investimento vem mesmo dos bancos públicos, com crédito para casa própria pela Caixa, crédito para agricultura familiar pelo Banco do Brasil, para estudantes, por meio do Fies.”

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