São Paulo - A análise pelo plenário do pedido de urgência para votação do desmonte da CLT previsto na reforma trabalhista (PLC 38) ficou para terça 4 ou quarta 5. Se for aprovado, a matéria fica liberada para ir à votação no plenário.
A decisão foi tomada pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), na manhã da quinta-feira 29. Na noite anterior, o projeto teve votação favorável na Comissão de Constituição de Justiça e Cidadania (CCJ).
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O requerimento do pedido de urgência para o trâmite do PL no plenário foi lido por Eunício, que consultou o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), se ele queria por em votação. Eunício também se comprometeu com os oposicionistas a não colocar os dois requerimentos em votação nas próximas três reuniões de plenário: da tarde desta quinta 29, manhã de sexta 30 e tarde de segunda-feira 3.
Se for aprovado pelos senadores, o desmonte dependerá apenas da sanção de Temer para virar lei, uma vez que já foi aprovado pela Câmara dos Deputados. Temer, ao lado de banqueiros, empresários e lobistas, são os grandes patrocinadores do desmonte.
Na Pressão - A batalha em defesa dos direitos dos trabalhadores chegou ao momento decisivo. Por isso, nunca foi tão importante pressionar os senadores para votarem contra e rejeitarem o PLC 38. Pressionar é fácil. Basta clicar aqui e seguir as intruções. Não leva mais do que alguns segundos.
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Protestos - Na abertura da sessão, os senadores da oposição protestaram contra o agendamento de duas reuniões deliberativas do plenário para o mesmo dia. Para eles, seria uma tentativa de acelerar a votação da reforma trabalhista.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), contrária à realização das duas sessões, indignou-se quando ouviu do presidente que as convocou “porque queria”. "Gostaria que mantivéssemos na sessão o mínimo de respeito, já estamos tirando direitos dos trabalhadores, rasgando a CLT, e vamos fazer isso dessa forma? No afronte, no acinte?", questionou.
Eunício se desculpou com a senadora e esclareceu ter agendado as duas sessões no mesmo dia para “desobstruir a pauta”, especialmente para votar as indicações de autoridades, como integrante do conselhos nacionais de Justiça e do Ministério Público, já sabatinados pela CCJ.