O Itaú, para disfarçar sua política de cortes, inventou uma espécie de limbo dentro do banco. Coloca bancários “à disposição”, o que na prática significa que esses trabalhadores recebem um prazo para encontrarem vagas em outras áreas. Caso não consigam se realocar, são demitidos. Estão nessa situação 26 bancários do CAT (Centro Administrativo Tatuapé), 20 da área de Monitoria e seis da Comunicação, que precisam se realocar em até 45 dias para evitar a demissão.
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“Todos os bancários colocados à disposição estão performando. Não existe qualquer justificativa cabível, relacionada com a qualidade do trabalho, para colocar esses trabalhadores nesse limbo. É um absurdo. Esse programa Conectando Oportunidades poderia mudar o nome para Desconectando Bancários”, critica o dirigente do Sindicato e bancário do Itaú Sérgio Lopes, o Serginho.
“Na Monitoria fica clara uma estratégia de automatização e robotização do setor. A substituição dos bancários por máquinas”, acrescenta.
De acordo com o dirigente, quem tem o domínio e a responsabilidade de indicar vagas são os consultores de RH, o que não tem ocorrido.
“Quando fiquei sabendo da situação, fui até o CAT conversar com esses bancários. O clima era de velório. Então, procurei a consultoria de RH, os gerentes das áreas e o relações sindicais do CAT. Nesse primeiro momento, conseguimos do banco o compromisso de que o RH indicará as vagas, que nenhum trabalhador será demitido antes de encerrado o prazo ou antes do término do processo seletivo para outra área e que aqueles que tirarem férias nesse período terão o prazo para realocação ampliado. O que esperamos, inicialmente, é que todos esses trabalhadores sejam de fato realocados. Um banco como o Itaú que, apenas no 1º trimestre lucrou R$ 6,4 bilhões, crescimento de 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado, não tem razões para demitir trabalhadores bem avaliados”, relata Serginho.
> Itaú coloca trabalhadores no “limbo”
O dirigente destaca também a importância de outros trabalhadores colocados à disposição informarem a sua situação ao Sindicato.
“Esse limbo não deveria estar acontecendo, visto que acordamos com o Itaú a atuação do Centro de Requalificação e Realocação Profissional, previsto na cláusula 62 da nossa Convenção Coletiva de Trabalho. O Sindicato cobra que o Itaú cumpra a cláusula 62. Os bancários que estão enfrentando ou venham a enfrentar essa situação devem procurar o Sindicato, para que avaliemos cada caso e atuemos junto aos gestores buscando soluções”, alerta o dirigente.
Para denunciar ao Sindicato, o bancário deve procurar um dirigente responsável pelo seu local de trabalho ou então entrar em contato pela Central de Atendimento (11 3188-5200) ou por meio do WhatsApp (11 97593-7749).