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Chapéu
Seminário Online

Juventude debate saúde mental no teletrabalho

Linha fina
Tema foi discutido nesta segunda-feira 29 em segundo seminário realizado pela Uni Global Union, com a participação de mais de 100 jovens de diversos países
Imagem Destaque
Montagem: Linton Publio

As doenças mentais resultantes do teletrabalho e seus impactos para a juventude foram os temas do novo seminário online realizado pela Uni Global Union. Participaram do encontro remoto, realizado nesta segunda-feira 29, cento e quatro jovens de diversos países.

A vice-presidenta da Uni Américas Juventude, Lucimara Malaquias, conta que na ocasião foi discutida a intensificação do teletrabalho no mundo todo por conta da pandemia de coronavírus, com destaque para as doenças mentais e os impactos provocados pelo isolamento em profissionais de diversas áreas, idades e em fases diferentes da vida.

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"As doenças mentais podem ter origens distintas e estarem relacionadas com questões familiares, econômicas e sociais. No entanto, as relações de trabalho e a sobrecarga podem agravar quadros já existentes ou desencadear novos. O isolamento tende a intensificar as doenças psicológicas e pode, inclusive, estimular novas doenças para as quais ainda não temos conhecimento", diz.

A dirigente ainda relata que as empresas, as entidades representativas, os médicos e toda a sociedade devem criar e massificar campanhas de conscientização sobre as doenças mentais e como preveni-las. Ao mesmo tempo, segundo Lucimara, as empresas deveriam investir em pesquisas para os tratamento que possam ser demandados.

"É de responsabilidade das empresas criarem ambientes colaborativos onde o trabalhador sinta-se à vontade para falar sobre sua doença sem medo de retaliação ou  discriminação. As doenças mentais são as mais estigmatizadas, e, por isso, têm altos níveis de subnotificação", destaca Lucimara.

Jovens são as maiores vítimas

Lucimara ainda diz que o seminário abordou a vulnerabilidade dos jovens em desenvolver mais doenças mentais como depressão, ansiedade, síndrome do pânico, entre outras. E relata ainda que, no mundo, o suicídio é a segunda causa de morte dos jovens entre 15 e 29 anos.

"A pandemia trouxe graves problemas de saúde e também fortes impactos na economia. Estes impactos levarão tempo para serem superados. Portanto, os jovens recém-formados entrarão no mercado de trabalho numa economia em processo de reconstrução e com muito mais competitividade, o que gera ainda mais incertezas, ansiedades e estresse". 

A vice-presidenta da Uni Américas Juventude lembra que s doenças mentais interferem na economia, uma vez que a ansiedade, a depressão e o estresse reduzem a produtividade e o desempenho dos trabalhadores.

"É  urgente que governos, empresas e trabalhadores discutam as conseqüências sociais e econômicas causadas pelas doenças mentais, e desenvolvam caminhos em conjunto para o enfrentamento dessas situações. Os sindicatos, por sua vez, se tornam ainda mais necessários, para amenizar os impactos para os trabalhadores", comenta. 

"Além das doenças mentais, o teletrabalho também intensifica doenças físicas, pois a falta de equipamentos e mobílias adequadas utilizados pelos trabalhadores em casa e as jornadas extenuantes de trabalho podem aumentar os já elevados casos de doenças relacionadas à postura incorreta (ergonomia)", finaliza.

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