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Rubem Novaes volta a atacar Banco do Brasil e funcionários

Linha fina
Em comissão mista de deputados e senadores, presidente da empresa pública defende novamente privatização do banco e critica o funcionalismo
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, voltou a atacar a instituição pública a qual foi designado para comandar, nesta segunda-feira 8.  Na Comissão Mista de Acompanhamento das Medidas de Combate à Covid-19, quando perguntado pelo deputado Mauro Benevides se o Banco do Brasil está tão bem, por que privatizar, Rubem Novaes usou como justificativa as mudanças que o Banco Central está propondo para o setor bancário no ano que vem e alegou travas do setor público.  

“A porta de entrada do Banco do Brasil é o concurso para escriturário (...) Essas transformações todas que serão necessárias não poderão ser feitas, ou serão feitas de maneira pouco adequadas, se nós continuarmos presos às amarras do setor público. É pensando no benefício do banco que eu falo em privatização”, disse Novaes. (veja o vídeo no final do texto)

“Mais uma vez Novaes ataca o funcionalismo do Banco do Brasil. O índice de inadimplência na instituição pública é um dos menores do mercado, levando a um provisionamento de débitos duvidosos muito mais baixo que os recorrentes dos bancos privados. É um cenário que traz eficiência e solidez, como o próprio presidente diz no vídeo. Isso demonstra capacidade de gerenciamento do profissionalismo que existe no Banco do Brasil”, afirma Ernesto Izumi, diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Para Izumi, atacar os funcionários é um forma de depreciar a imagem do banco frente à sociedade, a fim de tentar fortalecer a narrativa de que a empresa com mais de 200 anos de existência precisa ser privatizada.  

“Nós somos contrários à privatização porque o Banco do Brasil desenvolve uma função social muito importante, sendo responsável pelo crédito a pequenas e micro empresas. E principalmente neste momento de pandemia, o banco deveria estar sendo muito mais atuante e não tímido ou travado, como o presidente do BB está colocando", acrescenta o dirigente.

Izumi enfatiza que o próprio Novaes, a mando do ministro da Economia, Paulo Guedes, está gerando esta situação, ao travar os mecanismos de concessão de crédito para micro e pequenas empresas. 

O dirigente também ressalta a atuação do Banco do Brasil no agronegócio e na agricultura familiar, áreas para as quais os bancos privados não disponibilizam tanto crédito quanto instituições públicas como BB e o Banco do Nordeste, pois os privados exigem retorno rápido a taxas muito altas, algo que o setor agropecuário não tem condições de oferecer. 

“Por essas razões o Banco do Brasil é essencial para o país e para a população. E essas declarações do presidente do banco só reforçam a ideologia neoliberal de ataque às empresas públicas. Uma ideologia cada vez mais desacreditada no mundo, desde a crise financeira mundial de 2007 e 2008, quando o setor financeiro privado mostrou sua incapacidade de reerguer a economia mesmo tendo sido o responsável pela eclosão daquela recessão cujos efeitos persistem até hoje”, afirma Izumi. 

“Se os bancos privados são tão bons, por que eles não atuam nestas situações? Por que nos países mais desenvolvidos do mundo, como Alemanha, China e Japão, existem grandes bancos estatais? São situações que devem ser analisadas. E não simplesmente colocadas em uma comissão parlamentar como forma depreciativa”, reforça Izumi.

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