Pular para o conteúdo principal
Chapéu
Evento da UNI em Fortaleza

23ª Conferência Regional de Mulheres da UNI Américas reuniu dirigentes de todo o continente

Imagem Destaque
Ato na 23ª Conferência Regional de Mulheres da UNI Américas

Ocorreu nessa terça-feira 28, em Fortaleza (CE), a 23ª Conferência Regional de Mulheres da UNI Américas, reunindo dirigentes sindicais mulheres de todo o continente. O evento discutiu, como tema prioritário, o combate ao assédio sexual e todo o tipo de violência contra a mulher nos locais de trabalho.

Ironicamente, o debate ocorreu no mesmo dia em que foram reveladas, em reportagem do Portal Metropoles, as denúncias de um grupo de bancárias da Caixa sobre assédio sexual cometido pelo presidente do banco, Pedro Guimarães. O que mostra como o problema é uma realidade dramática no dia a dia das mulheres trabalhadoras.

O comitê de mulheres avaliou a estratégia da campanha dos sindicatos filiados à UNI Global Union – sindicato global que tem mais de 150 entidade sindicais filiadas em todo o mundo – para a ratificação da Convenção 190 e da Resolução 206 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para o combate à violência nos locais de trabalho e da violência doméstica.

A secretária da Mulher da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramos Financeiro, filiada à CUT (Contraf-CUT), Fernanda Lopes, destacou o projeto Basta! Não irão nos calar, que começou a ser implementado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, em 2019, e hoje está sendo implementado em outros sindicatos de bancários do Brasil, por meio da Contraf-CUT.

“Trata-se de um projeto inovador e fundamental porque acolhe mulheres vítimas de violência. Pelo Sindicato de São Paulo, o projeto já atendeu a mais de 200 mulheres, e esperamos que essa experiência seja adotada em todo o Brasil”, disse Fernanda.

A secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e vice-presidenta da UNI América Mulheres, Neiva Ribeiro, destacou que a nova direção da Contraf-CUT, eleita no último congresso da entidade, possui 40% de mulheres em sua composição.

“Essa foi uma luta árdua e vitoriosa das bancárias brasileiras. Temos que garantir maior participação das mulheres nas entidades sindicais. É um processo importante de empoderamento, de formação política e de renovação do movimento sindical, porque a contribuição das mulheres e a entrada de sindicalistas jovens é um passo importante para a reinvenção e atualização da organização dos trabalhadores e trabalhadoras.”

Neiva Ribeiro, secretária-geral do Sindicato e vice-presidenta da UNI América Mulheres

As dirigentes aprovaram uma moção de apoio às mulheres norte-americanas, que tiveram um direito histórico retirado recentemente pela Suprema Corte dos EUA: o aborto, que era legal há 50 anos, deixou de ser, e as cidadãs estadounidenses se levantaram contra esse retrocesso.

A situação do Brasil, com altos índices de desemprego, fome, violência e miséria, foi citada na fala de diversas companheiras brasileiras. A crítica ao neoliberalismo, aos ataques da extrema direita, que é um movimento global, também foi a tônica de diversas intervenções. Assim como a esperança de que o processo eleitoral brasileiro permita às trabalhadoras e trabalhadores o resgate da democracia e a reconstrução do país no caminho da justiça social.

O debate sobre os impactos do teletrabalho foi outro tema abordado. Foram apresentados alguns dados da pesquisa da Contraf-CUT e Dieese, e as dirigentes bancárias brasileiras informaram que esse debate fará parte das mesas de negociação da Campanha Nacional dos Bancários, que já está ocorrendo.

O encontro terminou com um ato lúdico, em em homenagem ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+.

seja socio