Aconteceu nesta segunda-feira, 27, em Fortaleza, o Fórum de Sindicalização de Jovens da Uni Américas 2022, com a participação de trabalhadores de diversos países da América Latina e dos Estados Unidos. O evento faz parte da 5ª Conferência UNI Américas, que ocorre até a próxima quinta-feira, 30, reunindo cerca de 600 dirigentes sindicais de 24 países e 124 organizações.
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O encontro discutiu temas como inserção dos trabalhadores nas redes sociais, sobretudo a partir da pandemia da Covid-19, organização e mobilização, estratégias para combater as mensagens antissindicais, militância nas redes, além de estratégias de luta em defesa dos direitos da classe trabalhadora nos diversos países.
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O cenário brasileiro foi apresentado pelos representantes da Contraf-CUT, Edegar Faria, Karen Souza e pela presidenta regional da Uni Américas Juventude, Lucimara Malaquias, que falaram sobre a realidade brasileira de ataques dos direitos diante de um governo de extrema direita e dos desafios enfrentados a partir da pandemia.
“Nosso relacionamento com os bancários era muito corpo-a-corpo, com visitas, conversas. Aí veio a pandemia. As agências não pararam de funcionar, mas muitos trabalhadores foram colocados em home office e tivemos que nos reinventar para chegarmos até esses trabalhadores. Hoje estamos adotando uma abordagem física e digital (figital), para que possamos construir um novo sindicalismo, e essa abordagem vem se tornando um importante instrumento de politização. A juventude unida vai construir novos direitos trabalhistas a partir de agora”, esclareceu Edegar Faria.
A atuação do Sindicato dos Bancários de São Paulo foi o exemplo abordado para demonstrar os caminhos apontados para enfrentar esse desafio: foram realizadas oficinas de capacitação de dirigentes para atingir os trabalhadores através das redes sociais, além da utilização de videoconferências e envio do jornal da entidade – a Folha Bancária – por e-mail. A sindicalização também passou a ser feita de maneira digital.
A forma de se manifestar durante a pandemia também mudou. “Na impossibilidade de tomarmos as ruas durante a pandemia, passamos a criar hashtags e realizar tuitaços, aparecendo muitas vezes nos assuntos do momento no Twitter, denunciando abusos cometidos pelos bancos e manchando suas imagens nas redes sociais”, explicou Karen Souza.
“Além de trocar experiências também estamos tendo a oportunidade de ver novos métodos de trabalho e como adaptar isso à realidade de cada um. É um momento de aprendizado coletivo”, afirma Lucimara Malaquias.
“Nosso objetivo é alavancar o maior número possível de trabalhadores, principalmente os jovens sindicalistas, e debater o impacto desses novos meios de trabalho modernos nos direitos dos trabalhadores. Só assim vamos transformar o movimento sindical e a sociedade”, concluiu Marcio Monzane, secretário regional da UNI Américas.