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Caixa: Empregados cobram condições de trabalho, contratações e fim das funções por minuto

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Dirigentes do Sindicato dos Bancários em protesto em agência da Caixa no Jardim Camargo Novo

Dirigentes do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região realizaram um protesto na agência da Caixa no Jardim Camargo Novo, bairro da periferia da zona leste de São Paulo, por mais contratações no banco público; fim das funções por minuto; e melhores condições de trabalho e atendimento. 

Jardim Camargo Novo - Símbolo de resistência e luta

A agência Jardim Camargo Novo da Caixa tem um simbolismo muito especial para o movimento sindical bancário. Em 2017 - no governo Temer, em pleno desmonte da legislação trabalhista e da própria Caixa, que fechava centenas de unidades e abdicava do seu papel social - a mobilização dos empregados da Caixa e suas entidades representativas, junto à população e comerciantes locais, evitou o eminente fechamento da agência Jardim Camargo Novo. Na ocasião, um abaixo-assinado reuniu mais de 3.500 mil assinaturas pela manutenção da unidade. 

Por conta da repercussão e desdobramentos desta mobilização no Jardim Camargo Novo, os planos para fechar centenas de agências de Gilberto Occhi, então presidente da Caixa, subordinado ao governo Temer, foi frustrado. Muitas unidades que seriam fechadas foram mantidas em decorrência da mobilização decisiva da população e comerciantes do Jardim Camargo Novo, junto aos empregados do banco público.

"Após o golpe de 2016, com a ascensão de Temer ao poder, foi iniciado um período de desmonte dos direitos trabalhistas, das políticas sociais e dos bancos públicos, ameaçados por governos neoliberais e privatistas. Neste cenário, quando a gestão de Gilberto Occhi na Caixa fechava centenas de unidades e retirava direitos dos empregados, a união entre os movimentos sindical, social, população e comerciantes locais evitou o fechamento da agência Jd. Camargo Novo, a única agência bancária da região até hoje, e levou a manutenção de muitas outras unidades que seriam fechadas", lembra o diretor executivo do Sindicato e empregado da Caixa, Francisco Pugliesi, o Chico. 

"A escolha desta agência para iniciar nossa campanha por mais contratações, fim das funções por minuto e melhores condições de trabalho, junto com a unidade Vila Joaniza, não foi por acaso. A luta contra o seu fechamento foi um exemplo de mobilização e união, o que nos deu forças para enfrentar uma conjuntura dificílima com Temer e ainda pior com Bolsonaro", acrescenta. 

Relembre a luta pela manutenção da agência Jd. Camargo Novo: 

Reunião com empregados da agência Jardim Camargo Novo (Foto: Seeb-SP)

Contratações e melhores condições de trabalho

Uma das principais reivindicações dos empregados da Caixa e de suas entidades representativas é a contratação de mais bancários pelo banco público. A nova gestão da Caixa recentemente anunciou a contratação de 800 aprovados no concurso de 2014, mas o número ainda é insuficiente. 

"Apenas com a recomposição do quadro será possível reduzir a sobrecarga de trabalho, o adoecimento físico e mental, oferecer melhor atendimento para a população, e fortalecer o importante papel da Caixa para o desenvolvimento econômico e social do país", avalia Danilo Perez, diretor do Sindicato e empregado da Caixa. 

A relação bancário x clientes na Caixa hoje está em 1.744 clientes por empregado. Quando o concurso de 2014 foi realizado, a Caixa tinha 101.484 empregados. Hoje já são 14.743 postos de trabalho a menos.

"A agência Jd. Camargo Novo é um exemplo desta situação. Na unidade trabalham apenas seis empregados, e não existe um gerente PJ para atender os comerciantes locais. Enquanto os empregados precisam enfrentar condições de trabalho precárias e sobrecarga de trabalho, a população sofre com filas, inclusive na área externa, debaixo de sol e chuva. Essa situação leva a episódios lamentáveis e inaceitáveis como, por exemplo, a recente agressão de um empregado por parte de um cliente", relata Chico. 

População enfrenta o sol em fila na agência Jardim Camargo Novo (Foto: Seeb-SP)

O Sindicato cobra da direção do banco que, além de contratar mais empregados, melhore as condições de atendimento aos clientes em unidades como a agência Jardim Camargo Novo. Uma das reivindicações da população local - apoiada pelo Sindicato, que a apresentará para a direção do banco - é a construção de uma proteção contra o sol e a chuva para os clientes que precisam enfrentar filas na área externa da agência.

Funções por minuto

Outra reivindicação dos empregados é o fim das funções por minuto, que envolve as funções de caixa e tesoureiro. Desde que foram extintas as funções efetivas, em 2016, no governo Temer, e criadas as funções por minuto, a mudança resultou em muitos reflexos negativos na vida e nos direitos dos empregados. 

"Em 2017, a gestão Occhi, subordinada ao governo Temer, criou esta excrecência chamada funções por minuto, que não recebe décimo terceiro, não incide sobre o fundo de garantia, sobre o descanso remunerado. Cobramos que a atual gestão acabe com as funções por minuto e volte a ter essas funções como efetivas no banco", enfatiza o diretor do Sindicato. 

Na terceira reunião do GT de Funções, representantes do banco informaram que está em estudo o fim das funções por minuto, mas que ainda estão sendo avaliados os impactos financeiros da medida. 

"É sempre revigorante realizar atos aqui na agência Jd. Camargo Novo. A forma carinhosa como a população local nos recebe e entende a importância da Caixa enquanto banco público; e reconhece o compromisso dos empregados com as pessoas, mesmo com todas as dificuldades; é algo emocionante. Estamos juntos nessa luta por uma Caixa mais forte, que cumpra seu papel social, respeitando e valorizando os empregados e a população. Um Brasil mais justo para todos precisa de uma Caixa fortalecida", conclui Francisco Pugliesi. 

 

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