Uma agência do Santander sem porta giratória de segurança foi alvo de um assalto na tarde desta segunda-feira 19. A unidade bancária localizada na zona Leste movimenta numerário, e é a segunda do banco espanhol a sofrer um roubo em menos de um mês na cidade de São Paulo.
O Santander vem adotando um novo modelo de agência sem portas de segurança, apesar dos alertas e protestos do movimento sindical.
“Este novo formato de unidade bancária expõe trabalhadores e clientes à violência. Porque o dinheiro do banco tem seguro, mas as vidas das pessoas não, o que leva a crer que a direção do Santander se preocupa menos com seres humanos do que com o dinheiro e com o lucro”, critica Marcelo Sá, dirigente sindical e bancário do Santander.
Marcelo esteve na agência para garantir que o local continuasse fechado nesta terça-feira 20. “Reivindicamos que Santander reveja esse modelo de segurança, que pelo jeito não está funcionando”, afirma o dirigente.
Abertura da CAT
O Sindicato cobra do Santander a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) para os trabalhadores. O documento é emitido para reconhecer um acidente de trabalho, de trajeto ou uma doença ocupacional.
A CAT é importante pois registra a doença adquirida durante o trabalho na empresa – como transtornos de ordens psicológicas causadas por um trauma decorrente de uma ação violenta, como um assalto, por exemplo.
Além disso, a CAT auxilia na perícia do INSS para o reconhecimento do benefício como acidente de trabalho (B-91), o que vai garantir a estabilidade de 12 meses para o trabalhador, recolhimento das contribuições previdenciárias e do FGTS.
Assalto é considerado acidente de trabalho. Por esta razão é importante a emissão da CAT, mesmo que o bancário não sinta qualquer efeito na sua saúde, pois o transtorno mental pode se manifestar muito tempo depois.
A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente do trabalho ou doença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa para a empresa em caso de omissão.
Ou seja, a responsabilidade da emissão do documento é da empresa, e isso vale também nos casos de assaltos.
“Mas, infelizmente, os bancos privados dificultam a emissão da CAT. Por isto, os trabalhadores podem pedir o documento nos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador [CRST] ou no próprio Sindicato”, orienta Marcelo.