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Caixa frustra negociação sobre direitos de PCDs e neurodivergentes

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Captura de tela da negociação sobre PCDs e neurodivergentes aplicada em um computador

Nesta quarta-feira 19, ocorreu mais uma mesa de negociação entre a CEE/Caixa (Comissão Executiva dos Empregados da Caixa) e representantes da Caixa sobre empregados com deficiência (PCD) e neurodivergentes, assim como empregados pais ou responsáveis por PCDs e neurodivergentes.

De acordo com os membros da CEE/Caixa, apesar de inicialmente a negociação parecer avançar, as expectativas dos trabalhadores foram frustradas com a imposição pela Caixa de muitas dificuldades para o acesso aos direitos reivindicados.

Ao serem apresentadas propostas de solução para problemas dos empregados PCDs e neurodivergentes, e responsáveis por PCDs e neurodivergentes, como, por exemplo, a flexibilização e diminuição da jornada, sem redução da remuneração, e acesso ao home office, foi sinalizado que seriam aceitas pela representação dos empregados.

"A diminuição da jornada, sem redução da remuneração, é um avanço, uma vez que quando as negociações tiveram início a Caixa vinculou a diminuição da jornada à redução da remuneração. Porém, este avanço foi frustrado após questionamentos dos representantes dos empregados demonstrarem a dificuldade de acesso ao direito e como, provavelmente, o uso de um direito impediria outro, inclusive a utilização de licenças e Apips”, relata Rafael de Castro, coordenador da CEE/Caixa.

Outro ponto de divergência foi a retirada de pauta por parte da Caixa dos direitos dos empregados PCDs e/ou neurodivergentes, mantendo nas negociações apenas os empregados responsáveis por familiares PCDs e/ou neurodivergentes, o que foi considerado pela CEE/Caixa um retrocesso.

Os empregados questionaram a Caixa ainda sobre a proposta do banco de condicionar o acesso a melhores condições de trabalho e de jornada à assinatura pelo empregado de um documento, que expõe a sua composição familiar e rotina. Tal documento não foi apresentado para a CEE/Caixa, que demonstrou na mesa seu espanto com a exigência de exposição da vida pessoal e composição familiar do empregado.

Após questionamentos quanto ao documento, sobre a invasão de privacidade representada por essa condicionante, além de outras questões relativas ao aumento de prazo de compensação para todos os empregados da Caixa, os representantes do banco público encerraram as negociações sem apresentar as explicações solicitadas.

"Esperamos que a Caixa deseje de fato, junto com a representação dos empregados, ser vanguarda na conquista de direitos e na construção de uma sociedade que respeite, acolha e valorize a diversidade. Somente compreendendo que a comunidade precisa tratar de forma desigual os desiguais é que poderemos avançar, mas criar tantas dificuldades nesse processo não é o caminho. Ao contrário, poderemos cair em constrangimentos e mais dificuldades para estas pessoas" conclui Vivian Sá, representante da Fetec-CUT/SP na CEE/Caixa.

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