O Banco Pan vem demitindo, em média, 25 a 30 trabalhadores por mês, o que aponta para uma alta rotatividade na empresa. Apenas na primeira semana de maio, o Pan mandou embora pelo menos 26 bancários, além de ter dispensado também financiários. Já no ano de 2023, foi uma enxurrada de demissões na instituição, sem justo motivo. Ou seja, uma rotatividade acima de 10% ao ano. Diante disso, o Sindicato cobrou reunião com o banco, o que ocorreu na quarta-feira 5.
Na mesa com os representantes do banco, os dirigentes sindicais apontaram não haver justificativa para os desligamentos, uma vez que o Pan lucrou R$ 777 milhões em 2023 e, apenas no primeiro trimestre deste ano, já apresentou lucro de R$ 217 milhões, alta de 12,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
“Propusemos um desafio ao banco: a redução do turnover de bancários e financiários. Essa rotatividade não se justifica quando avaliamos os dados do balanço. Os bons resultados do Pan são fruto do trabalho dos funcionários, que estão recebendo de volta demissões e o medo constante de serem mandados embora. Isso não é justo!”, diz a dirigente do Sindicato Kátia Miranda.
Foi sugerido ao banco adotar medidas mais práticas e transparentes para o acompanhamento das avaliações dos empregados, ou seja, que a avaliação não seja só pretexto para justificar demissões injustificáveis. A avaliação deveria ajudar a revisar a calibragem de metas, adequar condições de trabalho e evitar as demissões de todas as formas.
Foi pedido também para que seja verificada a sobrecarga de trabalho e corrigida com mais contratações de funcionários em determinadas áreas.
Negociação coletiva é direito
O Sindicato destaca que negociações e acordos coletivos de trabalho são direitos dos trabalhadores, previsto na Constituição Federal e na Declaração dos Direitos Humanos.
“Por isso, na reunião de quarta, também foi discutida a necessidade de reuniões com a direção do banco para apresentação de resultados concretos. A negociação coletiva é um direito, que precisa ser respeitado e isso só acontece quando o problema apresentado pelos funcionários, através do seu Sindicato, tenha como resposta da empresa, uma solução ou um encaminhamento adequado. E os representantes do banco, que estão no processo negocial, também precisam ter autonomia e poder de decisão, pois estão lá falando em nome do conselho de administração do Pan. Não adianta tomar cafezinho e passar duas horas apresentado os problemas identificados na instituição e os representantes da direção do banco não apresentarem uma solução, como a questão do turnover, que foi tratado no início da reunião. É preciso reuniões produtivas”, enfatiza Katia.
Comissões
O Sindicato também tratou outros temas apontados pelos trabalhadores do banco. Um deles foi a questão do pagamento de comissões para a área comercial e a pressão por metas. A direção do Pan informou que não houve mudanças no formato de pagamento das comissões e cobrança de metas. “Apresentamos ao banco nossa preocupação com o pagamento de comissões e reiteramos a emergência de um ambiente de trabalho saudável, seguro e longe da pressão por metas”, destacou o dirigente do Sindicato, Marcelo Gonçalves, que também participou da reunião.
Os bancários e financiários precisam procurar o Sindicato para que seja possível aprofundar a situação das comissões no banco. Pois, se necessário, este assunto voltará a ser discutido com o Pan.
Ponto eletrônico
O Sindicato também frisou a necessidade de estabelecer um acordo de sistema de ponto eletrônico. A ampla maioria dos bancos já celebra acordo de controle da jornada com seus funcionários e o Sindicato, até por uma exigência legal. E o Pan precisa, urgentemente, regularizar essa situação.
Para isso, o Sindicato enviará à direção do banco, nos próximos dias, uma proposta de acordo, com base na legislação.
PPR
Além da preservação dos empregos, da negociação coletiva e do ponto eletrônico, também foi abordada a participação dos trabalhadores, via representação sindical, na elaboração do PPR (Programa de Participação nos Resultados) do banco Pan. Os representantes dos trabalhadores destacaram que há mais de 50 acordos de PPR negociados entre Sindicato e instituições financeiras. Diferentemente do que ocorre hoje no Pan, onde há apenas uma proposta unilateral da empresa, sem aprovação pela assembleia, com participação dos funcionários. Importante destacar que o Sindicato busca um entendimento há mais de um ano (veja aqui).
“Apostamos há mais de um ano no diálogo e acreditamos na negociação entre as partes, para um acordo de PPR, para evitar um conflito. Agora é a hora da decisão e saber qual será o caminho escolhido pelo conselho de administração do banco Pan”, destaca Kátia.
Os representantes do Pan ficaram de levar as reivindicações dos funcionários, apresentadas pelo Sindicato, para a direção do banco e dar o retorno da empresa em uma próxima reunião.
“Esperamos que essa próxima reunião seja com soluções e resultados, ou seja, uma reunião produtiva”, enfatiza Kátia
Procure o Sindicato
O Sindicato reforça que é fundamental que os trabalhadores do Pan continuem procurando a entidade e enviando seus relatos e informações sobre questões como o pagamento de comissões e notícias de qualquer nova demissão na empresa. “O Sindicato é você. Por isso, é importante a sua mobilização, em conjunto com os demais colegas de trabalho, para acompanhar as discussões com a direção do Pan. É preciso o respeito nas relações de trabalho, além da defesa do emprego. Inclusive agora que estamos em campanha nacional, tanto dos financiários quanto dos bancários, todos e todas devem participar”, reforça Kátia.
Entre em contato com o Sindicato por telefone (3188-5200) ou ainda por chat, e-mail ou whatsapp.