Como resultado das recentes manifestações do Sindicato dos Bancários de São Paulo na campanha #oFuturoNãoPodeSerTerceirizado, o Itaú anunciou a prorrogação do prazo para a realocação dos trabalhadores da Central PJ, central de atendimento que está em processo de terceirização. Os bancários terão até primeiro de setembro para encontrar uma nova vaga.
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Apesar do avanço, o Sindicato mantém seu posicionamento veementemente contrário à terceirização. De acordo com um estudo da CUT (Central Única dos Trabalhadores), em parceria com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), trabalhadores terceirizados ganham, em média, 25% menos do que os empregados diretos – e, no setor bancário, a diferença chega a ser de 70% menos. Além disso, têm jornadas maiores, trabalhando em média 3 horas a mais por semana, e ficam menos tempo em cada emprego, geralmente saindo antes de completar três anos, enquanto a média de permanência do funcionário direto é de 5,8 anos.
Por que o Itaú está terceirizando?
A terceirização irrestrita, permitida pela Reforma Trabalhista durante o governo de Michel Temer, resultou em vários impactos negativos para os trabalhadores e o mercado de trabalho. Ela permite que as empresas contratem trabalhadores terceirizados para qualquer atividade, incluindo as atividades-fim, o que leva à precarização das condições de trabalho. Os terceirizados geralmente recebem salários mais baixos, têm menos benefícios e menor estabilidade no emprego.
“Conversamos todos os dias com os trabalhadores da Central PJ e o clima é de tristeza e decepção com o banco, que não tem se esforçado para realocar essas pessoas com base nas suas aptidões e nos seus currículos. Esperamos que essa ampliação de prazo permita que os trabalhadores sejam alocados em novas posições. Cobramos apoio do RH para que isso aconteça”, relata Sergio Lopes, o “Serginho”, dirigente sindical e bancário do Itaú.
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