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Chapéu
Governo Temer

Antes de atacar aposentadoria, pagamento aos 'amigos'

Linha fina
Líderes reúnem-se para arquitetar estratégia visando aprovar MP que livra a cara de empresários sonegadores e empurrar reforma da Previdência goela abaixo dos trabalhadores
Imagem Destaque
Foto: Joe Zlomek / Freeimages

São Paulo - Após conseguir se safar de ser investigado por denúncia de corrupção passiva, Michel Temer passou o domingo 6 arquitetando seus próximos movimentos e chegou à conclusão que antes de avançar sobre a aposentadoria dos brasileiros, precisa 'pagar' quem está o avalizando tanto para escapar da Justiça quanto para aprovar os ataques aos direitos dos trabalhadores.

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A presidenta do Sindicato, Ivone Silva, reforça a importãncia de bancários, bancárias e trabalhadores em geral pressionarem os parlamentares para que votem contra o desmonte da Previdência pública. A dirigente orienta a mandar e-mails para os deputados avisando que se votarem a favor, nunca mais serão eleitos. É fácil e rápido pela ferramenta Na pressão.

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Segundo matéria publicada pelo O Globo, na primeira reunião após a votação na Câmara que livrou Temer da denúncia por receber mala de R$ 500 mil de propina, os aliados do presidente definiram que o próximo passo é aprovar o Programa de Regularização Tributária (PRT), conhecido como novo Refis, amplamente usado pelo governo junto ao empresariados como barganha para angariar apoio tanto à reforma da Previdência, ainda em tramitação, quanto à reforma trabalhista, já aprovada e transformada em lei, além do arquivamento da denúncia de corrupção.

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O Refis foi imposto à sociedade por meio de Medida Provisória (MP), que tem de ser referendada por maioria simples do Congresso até o dia 30 de setembro.

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O programa prevê descontos de até 99% em multas e juros para sonegadores de impostos. Somente em 2017, a previsão de arrecadação do governo com o pagamento de dívidas cairia de R$ 13 bilhões para R$ 500 milhões. Como a representação do Congresso é majoritariamente feita por empresários, os próprios parlamentares se beneficiarão da decisão.

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De acordo com levantamento do Estadão/Broadcast, a cruzada do governo pela aprovação das reformas, especialmente a da Previdência, pode custar de imediato até R$ 54,8 bilhões aos cofres públicos. A conta chega a R$ 769 bilhões em dez anos, somando a liberação de crédito do BNDES para estados e municípios, também feita para angariar apoio político no parlamento.

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Previdência - Após aliviar a conta dos sonegadores, Temer vai em frente com o desmonte da Previdência Social (veja abaixo). O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que estava na reunião, afirmou na segunda 7 que quer votar o tema no plenário, previsto na PEC 287 (Proposta de Emenda Constitucional), até o início de setembro. A proposta já teve parecer favorável aprovado em comissão especial, em maio. “Na minha agenda, a Câmara precisa estar votando essa matéria em setembro, a gente precisa estar pronto pra votar a partir do início de setembro”, declarou à Rádio CBN.

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Como é uma PEC, Temer e seus aliados precisam de 308 votos para aprovar o fim da aposentadoria. As estimativas apontavam até o início de agosto menos de 265 deputados favoráveis.

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CPI - A CPI da Previdência, instalada no Senado, promove mais uma audiência pública interativa nesta segunda 7. Foram convidados o diretor-executivo da Associação Nacional dos Aposentados, Deficientes, Idosos, Pensionistas e dos Segurados da Previdência Social (Anadips), Clodoaldo Batista Neri Júnior; e o presidente da Federação Interestadual dos Policiais Civis da Região Centro-Oeste e Norte (Feipol), Divinato Ferreira da Consolação.

Também deve participar dos debates Artur Carlos de Morais, representante do Sindicato dos Servidores Integrantes da Carreira de Auditoria de Atividades Externas do DF (Sindafis).

A CPI é presidida pelo senador Paulo Paim (PT-RS) e tem como relator o senador Hélio José (PMDB-DF).

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