Atualização: Na última negociação, os bancários conquistaram proposta com aumento real em 2024 e 2025, com a manutenção de todos os direitos e avanços em 10 novas cláusulas sociais. Para 1º de setembro de 2024, o reajuste será de 4,64% para salários e todas as verbas (VA e VR, PLR, auxílio-creche e demais cláusulas econômicas) – o que representa 0,7% de aumento real, sobre uma inflação projetada de 3,91%. Para 2025, o acordo prevê aumento real de 0,6% sobre salários e demais verbas.
O Sindicato indica a aprovação da proposta da Fenaban. Indica também a aprovação das propostas da Caixa e do Banco do Brasil.
O ganho real de 2024 e 2025, portanto, será de pelo menos 1,31%, podendo ficar acima, a depender do INPC de agosto, que será divulgado pelo IBGE somente em 10 de setembro.
O Comando conquistou ainda a antecipação do pagamento da 13ª cesta alimentação para outubro, e o pagamento da antecipação da PLR será em setembro. A Fenaban chegou a cogitar o pagamento das verbas somente em dezembro.
A Fenaban (federação dos bancos) continua desrespeitando os bancários. Na mesa desta quarta-feira 28, propôs reajuste escalonado, recusando-se a dar aumento real para todos os trabalhadores. Pela proposta, a categoria seria dividida em quatro faixas salariais, e os reajustes seriam diferenciados para cada uma delas.
Apenas as duas primeiras faixas teriam aumento acima da inflação estimada: reajuste de 4% para salários até R$ 5.593,97 (o que resultaria em aumento real de 0,09%) e de 3,95% para salários entre R$ 5.593,98 a R$ 8.360,95 (o que daria aumento real de 0,04%). As demais faixas receberiam apenas a reposição da inflação.
Além disso, só para as três primeiras faixas os reajustes viriam em setembro. As demais receberiam somente em dezembro.
Para VA e VR, PLR e demais verbas, a proposta seria 100% do INPC, mas aplicada somente a partir de novembro.
O Comando rejeitou a proposta na mesa e reiterou que os trabalhadores querem aumento real para todos.
“É inimaginável a criatividade dos bancos para ganhar em cima do nosso esforço. Querem nos impor proposta rebaixada e precarizar nossa CCT. Apesar de termos uma das melhores CCTs do país, os bancos valorizam seus funcionários muito menos do que os altos executivos e acionistas. Nosso acordo, apesar de forte, está muito aquém do que produzimos”
Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato e uma das coordenadoras do Comando
Enquanto propõem perdas para os trabalhadores, a previsão é que, em 2024, a remuneração média individual anual da Direção Estatutária dos quatro maiores bancos (Itaú, Santander, BB e Bradesco) chegue a R$ 9,2 milhões por diretor, o que representa um aumento de 8% em relação a 2023. Esse valor é 115 vezes maior do que a remuneração anual da função de escriturário (somando salário, 13º, férias, tickets, PLR). Considerando a remuneração média geral anual da categoria, o valor pago aos executivos é 46 vezes superior.
Além disso, o estudo Liderança Empresarial 2024, da Vila Nova Partners, mostra que, de 83 empresas com ações na Bovespa, o setor com maior remuneração foi o financeiro, com valores de até R$ 67 milhões por ano para os seus executivos.
"A proposta é péssima. Com pouquíssimo aumento real para duas faixas e sem nenhum aumento real para as outras duas, sem falar que a última faixa com reajuste somente em dezembro. Além disso, prejudica o pagamento da PLR, que seria antecipada apenas em novembro e também sem ganho real"
Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando
Primeira proposta
A mesa começou com a Fenaban apresentando uma proposta ainda mais rebaixada: apenas a reposição da inflação (100% do INPC), com divisão da categoria em cinco faixas salariais, sendo que apenas a primeira faixa (com salários até R$ 4.128,48) receberia o reajuste em setembro, e as demais, até a quinta e última faixa, que receberia em janeiro de 2025.
Mobilização
Diante das propostas rebaixadas, a mobilização será intensificada. O Sindicato convoca os bancários e bancárias para plenária nesta quinta-feira 29, no Auditório Azul de sua sede (Rua São Bento, 413, Centro), a partir das 19h, para organizar a mobilização.
“Os bancários continuarão mobilizados até que uma proposta decente seja apresentada. No dia de hoje, os bancários da Paulista fizeram paralisações parciais até meio-dia e amanhã, às 19h, tem plenária para organizar a resistência. É importante que todos participem para mostrar a nossa indignação”, convoca Neiva.
O Comando dos Bancários tirou assembleias em todo o país na próxima quarta-feira, 4 de setembro. Mais informações em breve no site do Sindicato.
Nova mesa nesta quinta
As negociações com a Fenaban continuam nesta quinta-feira 29, a partir das 10h.
Saiba como foram as mesas de negociação até o momento
- a primeira mesa discutiu empregos;
- a segunda mesa debateu cláusulas sociais - em especial teletrabalho, tecnologia e jornada de 4 dias;
- a terceira mesa debateu igualdade de oportunidades;
- a quarta mesa foi sobre PCDs, neurodivergentes e segurança bancária;
- a quinta mesa foi sobre saúde e condições de trabalho;
- a sexta mesa iniciou o debate sobre as cláusulas econômicas;
- a sétima mesa continuou o debate sobre as cláusulas econômicas;
- na oitava mesa a Fenaban propôs retiradas de direito;
- na nona mesa a Fenaban propôs reajuste abaixo da inflação;
- e na décima mesa veio mais proposta rebaixada.