Mais de 220 mil pessoas vivem nas ruas no Brasil, número que cresceu 140% entre 2012 e março de 2020, segundo nota técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Mais de 116,8 milhões de pessoas estão em situação de insegurança alimentar ou passando fome no país, de acordo com pesquisa feita em dezembro de 2020 pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).
Além disso, o país possui 14,4 milhões de desempregados, ou 14,1% da população economicamente ativa, segundo o IBGE. Os números refletem o aumento da miséria nas cidades, devido às crises sanitária, econômica e política, com a volta da inflação, do desemprego, e com o rebaixamento salarial.
Diante deste cenário catastrófico, na terça-feira 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil, será realizado mais um dia de luta para todos que não toleram a situação de calamidade na qual se encontra a maior parte da sociedade brasileira. Pela manhã, às 10h, ocorrerá um ato na Praça da Sé.
Na parte da tarde, às 14h, será realizado um ato no Vale do Anhangabaú onde terá o Grito, um ato pelo Fora Bolsonaro, em defesa da democracia, e arrecadação de alimentos que serão doados para famílias em situação de vulnerabilidade social.
Os atos integram o 27⁰ Grito dos Excluídos, que é realizado pela Pastoral Operária, sindicatos e movimentos sociais.
“O grito é sempre atual no sentido de questionar todas as mazelas que estão aí na sociedade. Assim, dizemos que precisamos lutar pela vida e pela vida com dignidade”, afirmou, em coletiva de imprensa de apresentação do 27º Grito dos Excluídos, dom José Valdeci Santos Mende, bispo da diocese de Brejo, no Maranhão, e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para Ação Sócio Transformadora da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
“Por tudo que é negado, o direito à vida, essa derrubada dos direitos conquistados, a maneira como se encara a vacina – que na verdade deve ser para todos –, a negação da ciência (…), isso não é um governo que nos representa. Precisamos dizer ‘Fora Bolsonaro!’. Assumimos isso como um compromisso para uma sociedade mais justa e mais fraterna”, completou Dom José.
Devido à pandemia, todos os atos do Grito dos Excluídos seguirão os protocolos sanitários de distanciamento, uso de máscaras, de preferência PFF2, e álcool em gel.
Neste ano, o Grito dos Excluídos será em defesa dos trabalhadores na pobreza e em situação de rua; pelo direito à saúde, Contra a PEC 32/20, a reforma administrativa que destruirá os Serviços Públicos; contra o desemprego; contra o arrocho salarial; contra o PLC 26/21, a reforma da administração estadual; e pelo fim do confisco dos salários dos aposentados pelo governo de João Doria (PSDB).