
Nesta quarta-feira, 24 de setembro, o Sindicato paralisou as atividades do Itaú BBA - prédio localizado na avenida Faria Lima, que abriga a presidência e a diretoria do banco – contra a demissão em massa promovida pelo Itaú no dia 8 de setembro, que impactou mais de mil bancários que atuavam em home office ou regime híbrido.
O Itaú justificou a demissão em massa por alegada baixa produtividade no home office, que teria sido verificada através de monitoramento das máquinas corporativas.
O Sindicato defende que os trabalhadores demitidos não tinham ciência do monitoramento e de seus critérios; não receberam qualquer feedback prévio para possível ajuste de conduta; grande parte deles são bancários premiados e promovidos pelo próprio banco; que o monitoramento não levou em consideração as especificidades de cada área e o escopo de trabalho de cada bancário; a demissão em massa não foi comunicada previamente ao Sindicato, desrespeitando o processo negocial; e que os trabalhadores foram expostos publicamente pelo banco de forma vexatória.

“Desde o dia em que ocorreu a demissão em massa, o Sindicato está mobilizado para defender os trabalhadores impactados e também para resguardar os direitos e a privacidade dos que seguem no Itaú. Realizamos reuniões com o banco, que segue irredutível quanto a possibilidade de rever as demissões; promovemos diversos protestos, entre eles a paralisação do CEIC e hoje do BBA; confrontamos a narrativa do banco, que expôs publicamente os bancários demitidos como pessoas que não trabalhavam; e na noite de hoje haverá uma nova plenária, para debater com os trabalhadores o futuro do home office no Itaú”
Maikon Azzi, dirigente do Sindicato e bancário do Itaú
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“O Sindicato irá seguir protestando, nas ruas e redes, contra esta absurda demissão em massa promovida pelo Itaú e também para resguardar os direitos e a privacidade dos trabalhadores que seguem no banco”, acrescenta.
O Sindicato cobra a revisão, caso a caso, das demissões; reintegração de trabalhadores adoecidos e em tratamento de saúde; a reintegração imediata dos PCDs (pessoas com deficiência); negociação séria com o Sindicato; além de retratação pública por parte do banco pelo fato de ter chamado os trabalhadores de “ociosos”, algo que contradiz o desempenho relatado pelos trabalhadores demitidos.
“A paralisação foi um recado claro à diretoria do Itaú. Não aceitaremos cortes arbitrários e nem ataques aos direitos dos bancários. O Itaú lucra bilhões todos os anos e, mesmo assim, decidiu demitir de forma arbitrária mais de mil bancários e bancárias, muitos com desempenho comprovado e até promoções prometidas. Essas demissões injustas destroem famílias, aumentam o desemprego e mostram total desrespeito com quem constrói os resultados do banco. Não admitiremos que os bancários sejam tratados como descartáveis”, conclui o dirigente do Sindicato.
Plenária nesta quarta 24
O Sindicato promoverá uma plenária virtual nesta quarta-feira 24, às 19h, para debater com os bancários o futuro do home office no Itaú, os desafios do modelo remoto e a mobilização necessária para garantir sua manutenção e regras claras sobre o teletrabalho.
Atualmente, o banco emprega cerca de 80 mil trabalhadores no Brasil e estima-se que quase metade deles, cerca de 35 mil empregados, atuem de forma híbrida ou totalmente remota.
Diante das movimentações recentes do Itaú, é necessária mobilização para proteger os trabalhadores e debate sobre todos os aspectos do home office como, por exemplo, garantias da privacidade dos trabalhadores, monitoramento, critérios de avaliação do trabalho, assim como a própria manutenção do modelo.
