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Após reforma da Previdência, banqueiros agora miram no funcionalismo público

Linha fina
Mesmo com lucros estratosféricos, executivos de três dos principais bancos privados do país defendem outras medidas que penalizam trabalhadores e os mais pobres
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Arte: Fabiana Tamashiro

Reportagem da Bloomberg desta semana ouviu a opinião de banqueiros do BTG Pactual, Santander, Itaú Unibanco sobre a aprovação da reforma da Previdência pelo Senado. Em suas falas, Roberto Sallouti, Sergio Rial e Candido Bracher comemoraram a redução no valor da aposentadoria dos brasileiros, que também terão de trabalhar mais tempo a partir de agora. E já miraram o próximo alvo: o funcionalismo público.

Mesmo com cenário favorável de lucros estratosféricos dos bancos, aprovação de reformas que só prejudicam os trabalhadores e extermínios de direitos trabalhistas e sociais, os banqueiros continuam defendendo ainda mais medidas de austeridade que tanto penalizam os trabalhadores e os mais pobres.

Segundo a reportagem da Bloomberg, para Roberto Sallouti, presidente do BTG, a reforma da Previdência, “juntamente com a reforma administrativa, que será discutida no próximo ano, marcam as etapas finais da estabilização financeira que começou em 1994”. E emenda: “O país poderá se concentrar na agenda de produtividade, melhorando o PIB per capita e a vida dos brasileiros”.

Sérgio Rial, presidente do Santander, faz coro: “É fundamental que o governo e o Congresso continuem a avançar em outras frentes, como as reformas administrativa e tributária”. Seguido por Cândido Bracher, presidente-executivo do Itaú Unibanco, para quem a reforma da Previdência “era uma etapa necessária, ainda que insuficiente, para que o Brasil eleve seu potencial de crescimento”.

Para a secretária-geral do Sindicato, Neiva Ribeiro, as medidas de austeridade adotadas nos últimos anos; entre elas as reformas trabalhista e da Previdência e a PEC do teto dos gastos; só tiraram investimento produtivo da economia, acabaram com empregos e aumentaram o lucro dos rentistas.

“Com o fechamento de postos de trabalho, os bancos estão na contramão do que o país precisa, que é gerar empregos. Temos 12,5 milhões de desempregados, milhares de desalentados e pessoas que cada vez mais ocupam empregos precários, como os infoproletários [trabalhadores que prestam serviços para plataformas tecnológicas], além do crescimento em larga escala do número de miseráveis. E os bancos continuam a lucrar bilhões, sem gerar emprego e sem taxação de lucros e dividendos para os acionistas, o que colabora ainda mais para a desigualdade social. Somos a favor de uma reforma tributária, onde quem ganha mais paga mais, e da taxação das grandes fortunas, para reduzirmos o abismo social brasileiro”, enfatiza.

“Agora os banqueiros miram no funcionalismo público e, consequentemente, nas empresas públicas, indutoras de desenvolvimento econômico e social no país. Ainda com cenário totalmente favorável, afiam o discurso para lucrar ainda mais em cima de um país em crise e com os seus trabalhadores desempregados, desalentados e desgostosos”, acrescenta a dirigente.

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