O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região voltou a protestar contra as demissões feitas pelo Bradesco no meio da crise econômica causada pelo novo coronavírus. É o quinto dia de protestos nas ruas desde que o banco rompeu compromisso próprio e passou a mandar embora trabalhadores durante a pandemia.
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O ato desta quinta-feira 8 foi deflagrado na agência em frente ao Shopping Iguatemi, na Avenida Faria Lima, um dos principais centros financeiros da capital paulista.
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“Como nos outros locais onde realizamos protestos, lá também a população se mostrou interessada no tema e indignada com as demissões feitas por um banco tão lucrativo no meio da crise causada pela pandemia”, diz o dirigente sindical e bancário do Bradesco Paulo Sobrinho.
Mesmo em meio à crise econômica, o Bradesco segue lucrando alto. No primeiro semestre de 2020, faturou R$ 7,626 bilhões, crescimento de 3,2% na comparação com o trimestre anterior. Em 12 meses, foi registrada redução de 40% no lucro, mas isso devido ao reforço da chamada Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), que é a despesa feita pelos bancos para cobrir possíveis calotes, que cresceu R$ 3,8 bilhões.
De acordo com reportagem da Agência Estado, no primeiro semestre de 2020 o Bradesco foi a empresa de capital aberto com o maior lucro em toda a América Latina.
Estamos na Faria Lima protestando contra as demissões no @Bradesco! Os cortes de funcionários em plena pandemia causam pânico entre os trabalhadores, e nós não vamos aceitar! #BradescoNãoDemita pic.twitter.com/TScLeL5ZiG
— Bancários de São Paulo, Osasco e Região (@spbancarios) October 8, 2020
“Os clientes deixaram claro que consideram um absurdo demitir, não só porque o banco segue lucrando, mas porque pagam altas tarifas e juros extorsivos, e estão sentindo a piora no atendimento, em particular naquela agência”, relata Paulo Sobrinho.
“Já passou da hora do Bradesco voltar atrás com essas demissões, haja vista a promessa feita pelo banco de que não demitiria durante a pandemia e diante do resultado do banco que segue positivo. Os bancários demitidos nos relatam que já estão enfrentando carestia por causa das dificuldades econômicas. É inaceitável um banco tão lucrativo e que ganha tanto da sociedade demitir trabalhadores em um momento tão delicado como este. Vamos continuar denunciando para os clientes e a população esta atitude insensível do Bradesco até que o banco interrompa essas demissões”, afirma o dirigente.