São Paulo – Um país à venda. Desde o golpe, em 2015, o Brasil só perde. Do pré-sal e todas as possibilidades de investimento em saúde e educação que isso representava, às ameaças contra setores estratégicos como o de energia, passando pelos bancos públicos, o governo Temer e seus aliados só pensam em fazer caixa para agradar os financiadores do golpe, dentre eles os donos dos bancos privados.
No Rio Grande do Sul a situação é a mesma. O estado, governado por José Ivo Sartori, do PMDB de Temer, tem como objetivo a privatização do seu banco público, o Banrisul. Edição de 13 de novembro do jornal gaúcho Zero Hora informa que as ações do banco devem render R$ 1,8 bilhão até 6 de dezembro – quando o governo do estado pretende (ou sonha) realizar a venda –, pouco mais de uma folha de pagamento dos servidores públicos do estado, que é de cerca de R$ 1,4 bilhão.
“Até para esse jornal, de clara ideologia privatista, está claro que, conforme o fechamento dos valores das ações do Banrisul, o governador Sartori ficará conhecido como aquele que entregou o Banrisul a preço de banana”, critica a secretária-geral do Sindicato, Neiva Ribeiro. “É um comportamento padrão desses governos entreguistas. Querem fazer o mesmo com a Caixa, o Banco do Brasil, o BNDES, mas não vamos permitir”, ressalta a dirigente.
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Neiva lembra toda a luta empreendida pelo movimento sindical bancário e outros parceiros contra a retirada de direitos e o ataque aos bancos públicos. “Não podemos permitir o desmonte dessas instituições tão fundamentais ao Brasil e a entrega de nosso patrimônio para o capital estrangeiro, como esse governo vem fazendo. Já entregou as elétricas, o pré-sal, quer entregar a Amazônia, a Casa da Moeda e os bancos públicos que são essenciais para o desenvolvimento social e econômico. Temos de denunciar e lutar para defender as empresas públicas e garantir a soberania nacional.”
O Sindicato já realizou sete audiência públicas em municípios que compõem sua base territorial, sempre nas câmaras municipais das cidades, com o objetivo de esclarecer o que a sociedade pode perder sem esses bancos. A última foi em Itapevi. Antes, já foram realizadas audiências em Embu das Artes, Carapicuíba, Barueri, na Câmara Municipal de São Paulo e em Osasco. Também foi feita audiência na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
Os trabalhadores devem participar das mobilizações promovidas pelo Sindicato e também podem ajudar na coleta de assinaturas para a criação de um Projeto de Lei de Iniciativa Popular (Plip) contra a privatização do Banrisul, a ser entregue à Assembleia Legislativa de Porto Alegre.
“Temos duas agências do Banrisul em São Paulo, mas estamos juntos nessa luta para garantir a soberania desse banco público”, conclui Neiva.
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Não à privatização – Com a venda de mais um lote de ações – o primeiro foi vendido no governo de Yeda Crusius, em 2007 – o governo do estado do Rio Grande do Sul ficaria com apenas 26% do banco estatal, o que geraria perdas incalculáveis para a receita pública, além do fim do caráter social do banco.
A coleta de 70 mil assinaturas em apoio ao Plip tem por objetivo anular a proposta de venda das ações, acrescentando dois parágrafos ao Artigo 22 da Constituição Estadual para garantir que o Estado seja proprietário de 51% de todas as ações.
O Banrisul hoje está presente em municípios distantes e isolados dos grandes centros urbanos, sendo que em 97 deles é a única agência bancária, que atende em sua maioria a população carente. Com a privatização, essas pequenas agências e postos espalhados no interior do estado, seriam fechados, obrigando a população local a se deslocar para outras cidades.
O que precisa para assinar o PLIP
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São necessárias mais de 70 mil assinaturas até dezembro, que podem ser encaminhadas ao Sindicato (Rua São Bento, 413), que as enviará a Porto Alegre.