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Chapéu
ITM

Sindicato protesta contra clima de terror disseminado no Itaú

Linha fina
Banco cujo slogan é “isso muda o mundo” se aproveita da reforma trabalhista para disseminar o pânico e demite dezenas de trabalhadores, incluindo PCDs e empregados em tratamento médico
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Foto: Seeb-SP

São Paulo – O Sindicato deflagrou protesto contra as demissões no ITM nessa quarta-feira 13. Nos últimos meses ocorreram cerca de 40 dispensas em departamentos como Intercâmbio, Ofícios, Núcleo de Relacionamento Uniclass, PNP e Cartões. O banco alega que essas dispensas foram motivadas por baixa performance  e que abriu postos de trabalho no ITM. 

“Mas o que a gente observa é que essas vagas não estão sendo repostas na maioria dos departamentos onde houve demissões e os trabalhadores remanescentes estão sobrecarregados”, denuncia critica o dirigente sindical a bancário do Itaú Antônio Soares, o Tonhão.

“É inaceitável que um banco que lucrou R$ 18 bilhões mesmo durante uma grave crise econômica tenha a falta de humanidade de demitir inclusive trabalhadores em tratamento de saúde por causa de doenças relacionadas ao trabalho, e dezenas de pais e mães de família perto do Natal, em meio a uma onda de desemprego que atinge 13 milhões de pessoas”, critica Tonhão.  “Esse é o banco cujo slogan ‘isso muda o mundo’? Só se for para pior’”, ironiza Tonhão. 

As demissões não se justificam e contribuíram para o aumento da sobrecarga de trabalho, mesmo o banco tendo aberto 664 vagas em 12 meses.  Em setembro de 2016, o Itaú tinha 831 clientes para cada empregado. Um ano depois, essa relação passou para um funcionário a cada 893 clientes, crescimento de 7,5%. No mesmo período, o lucro líquido por empregado subiu de R$ 200,699 mil para R$ 225,709 mil, aumento de 12,5%.  

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Entre janeiro e setembro, o Itaú lucrou R$ 18,6 bilhões, elevação de 13% em relação ao mesmo período do ano passado. As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias chegaram a R$ 26,3 bilhões, elevação de 7% em relação ao mesmo período de 2016. Apenas com essa receita, o banco cobre todas as despesas com salários e ainda restam R$ 10 bilhões.  

Um bancário denuncia que o Itaú está se valendo da reforma trabalhista e da situação econômica para instaurar um clima de terror no ITM. “A pressão está muito maior por causa da nova lei trabalhista, cobram para nós produzirmos mais, porque a área pode ser terceirizada, ameaçam que quem não bater meta vai rodar e que por causa do desemprego alto não vamos conseguir nos recolocar no mercado de trabalho.” 

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“Agora parece que começou na cair a ficha das pessoas. A gente não sabe o que vai ser no dia de amanha. Já tem um monte de trabalhador falando do risco de pejotização. Antes as pessoas falavam como se fossem patrões. Agora estão se tocando que são empregados e que vão se dar mal com tudo isso”, continua o trabalhador. 

“O que muda o mundo é respeito aos trabalhadores. Por isso cobramos do Itaú que pare de demitir e contribua com o desenvolvimento social do país contratando pessoas ao invés de apenas lucrar e explorar se valendo de um cenário de desemprego e de retirada de direitos”, afirma Tonhão. 

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