A direção da Caixa, à revelia das negociações com representantes dos empregados, anunciou nesta segunda-feira 10 o cronograma da reestruturação que ameaça funções e o papel social do banco. A maioria dos empregados teria apenas até a quarta-feira 12 para se manifestar sobre a função e lotação desejada. Além das informações insuficientes que causam inúmeros questionamentos, o sistema disponibilizado pelo banco para isto sequer está funcionando.
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A reestruturação atinge boa parte dos cargos. Nesta semana também passam por processos seletivos e revalidações os chefes de unidade, como os gerentes gerais. A manutenção das funções destes trabalhadores, todavia, acontecerá de forma totalmente subjetiva: apenas precisarão do aval de seus novos superiores.
“Muitos empregados, como os gerentes de relacionamento, passarão a ganhar 50% menos e continuarão a exercer as mesmas atividades. Outros serão realocados em agências, após muitos anos sem atender o público, em funções totalmente diversas, sem qualquer tipo de treinamento ou preparo anterior”, enfatiza a dirigente sindical Tamara Siqueira, empregada da Caixa.
“Os empregados estão apreensivos em meio a todo esse clima de desinformação e terror. Muitos passaram mal durante o anúncio do cronograma e procuraram o Sindicato. Imaginem como está a cabeça de um trabalhador com tantas incertezas?”, questiona a dirigente.
O desrespeito da empresa é tamanho que as pessoas afastadas por licença ou em período de férias também são obrigadas a manifestar seu interesse até quarta-feira, mas dependem da iniciativa dos colegas em avisá-los. A área de gestão de pessoas, que é a responsável por esse trâmite, mal soube orientar um empregado que os procurou.
Tamara lembra que essa medida anunciada pela Caixa está em desacordo com a cláusula 48 do ACT, que diz que o banco é obrigado a discutir previamente com a mesa de negociação permanente qualquer reestruturação. Está marcada para a quarta-feira 12 uma nova rodada de negociação entre representantes dos empregados e a direção do banco.