São Paulo – Os sindicatos e federações dos setores aéreo (aeroviários e aeroportuários), condutores rodoviários, portuário, metroviário e agentes de trânsito filiados à CNTTL/CUT de várias regiões do país participarão da greve geral de 28 de abril contra as reformas da Previdência, trabalhista e a lei da terceirização irrestrita. A decisão foi tomada na segunda-feira 10, em Plenária Nacional do Ramo dos Transportes.
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O presidente da CNTTL, Paulo João Eustasia, o Paulinho da CUT, está otimista com a mobilização do dia 28. “Essa greve geral vai marcar a história do nosso país por conta da unificação de todas as centrais. Temos que estancar essa devastação feita pelo governo golpista contra os trabalhadores. Eu nunca vi antes na história do transporte essa unidade e a determinação para fazer essa mobilização. O empenho de todas as categorias será fundamental. Não podemos falhar, todos devem articular suas bases para essa importante luta”, alerta Paulinho.
Em assembleias nos locais de trabalho, os bancários também definiram pela paralisação das atividades no dia 28. Participe da greve geral, divulgue o movimento, converse e convença seus colegas a parar também. Mande e-mails para os parlamentares, entupa a caixa de mensagens deles com todo seu repúdio aos ataques. É o seu futuro que está em jogo. Reaja!
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Resistir e lutar – O presidente da CUT, Vagner Freitas, participou da plenária e ressaltou que o golpe não foi contra a presidenta Dilma, mas sim, contra os trabalhadores e a organização sindical brasileira.
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“Nós precisamos barrar os retrocessos golpistas, pois o que eles estão nos propondo nos coloca antes do século 19. Eles vão desempregar milhões de trabalhadores, vão jogar fora a democracia e fechar todos os sindicatos. Temos que resistir de vermelho, amarelo, azul, de branco, de preto, todas as cores, resistir unificados para proteger a classe trabalhadora”, salienta.
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Vagner reforçou que é importante que os sindicatos e entidades conscientizem os trabalhadores sobre a terceirização e as reformas trabalhista e da Previdência, proposta pelo governo Temer. “A terceirização vai demitir os trabalhadores e precarizar a mão de obra, e o contrato temporário não vai garantir nenhum direito. Por que o empregador vai pagar carteira assinada se ele pode demitir todos os trabalhadores e pagar mais barato pela mão de obra? Terceirização é demissão. Temer quer instituir o bico no Brasil, quer acabar com o emprego e criar vagas sazonais. Não vamos permitir que isso aconteça.”
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Sobre a reforma da Previdência, Vagner foi enfático. “Todo mundo vai morrer sem se aposentar porque ninguém vai aguentar contribuir 49 anos pra ter uma aposentadoria digna. Por isso, no dia 28 vamos parar o Brasil pra acabar com essa palhaçada.”
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Greve no transporte – Os dirigentes do ramo dos transportes definiram que vão decretar paralisações em todos os atos convocados pela CUT e pelos movimentos sociais em todo o país, que agora contarão com a participação do setor aéreo, envolvendo os aeroportos de Brasília e Guarulhos.
O presidente da CNTTL informou que as paralisações no setor de transportes, considerado essencial na prestação de serviço, respeitarão a Lei de Greve, que assegura esse direito constitucional ao trabalhador e determina o mínimo de 30% no atendimento e comunicação prévia. “É melhor perder um dia de trabalho, do que a vida inteira. O setor de transportes será novamente protagonista”, frisa Paulinho.
Liminares abusivas – Os dirigentes sindicais também falaram da enxurrada de liminares da Justiça – conhecidas como interditos proibitórios – que determinaram multas absurdas e milionárias contra os sindicatos que mobilizaram a greve das categorias, que ocorreu de forma parcial nas capitais, no dia 15 de março.
“Os ataques não foram só do Judiciário, mas do Legislativo e Executivo também, por se tratar de uma categoria estratégica de mobilização e bastante politizada nas manifestações. Isso fere o nosso direito de greve, que é constitucional”, frisa Paulinho.
A CNTTL tomará todas as providências cabíveis nos órgãos competentes para preservar o direito constitucional à greve, formalizando denúncia à Organização Internacional do Trabalho (OIT) e ao próprio Judiciário.