Para marcar o Dia da Resistência Indígena, cerca de 130 indígenas de seis estados protestaram nesta segunda 19, em frente à Praça dos Três Poderes, em Brasília, em defesa de seus territórios e direitos constitucionais.
Com o governo de Bolsonaro, os povos indígenas vem sofrendo ataques e seus direitos são constantemente ameaçados. Sob o comando do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o governo tem enfraquecido cada vez mais a proteção dos territórios indígenas e favorecendo, assim, a invasão por madeireiros, garimpeiros e fazendeiros ilegais.
Em abril de 2020, um vídeo de uma reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e seus ministros escancarou a relação do governo federal com o meio ambiente. Em um dos trechos, Salles pediu que o governo agisse de forma “infralegal” e que aproveitasse o momento da pandemia para "passar a boiada".
Além de atacar os indígenas com os desmatamento florestal, o governo federal não tem trabalhado o suficiente para preservar a vida dos povos nativos diante da pandemia do novo coronavírus. Segundo a contagem oficial da Secretaria Especial de Saúde Indígena, a Sesai, até agora 1.038 indígenas foram vítimas da Covid-19. Embora estivessem entre os grupos prioritários da campanha nacional de vacinação, a imunização pouco avançou. Do total de indígenas em aldeias, 70% receberam a primeira dose, e 59%, a segunda dose da vacina contra a covid-19.
Povos Indígenas em São Paulo
Em 2010, graças a um projeto de lei da vereadora Juliana Cardoso (PT), foi criado na cidade de São Paulo o Conselho dos Povos Indígenas, que tem como objetivo possibilitar as várias etnias cobrar políticas públicas efetivas da gestão municipal e assegurar os direitos à existência digna e à preservação de suas culturas.
Segundo Adriana Magalhães, dirigente do Sindicato e representante do Conselho de Política Pública para Mulheres de São Paulo, o Conselho não está funcionando por conta da falta de vontade política da gestão de Bruno Covas.
"Em São Paulo, temos as comunidades guarani das Terras Indígenas Jaraguá, na zona noroeste, e Tenondé Porã, no extremo sul, que cobram constantemente a aprovação de uma política municipal de fortalecimento ambiental e cultural de terras indígenas de São Paulo, a qual protegerá 19 aldeias. Os indígenas merecem respeito não só pela cultura, mas por serem os maiores guardiões da flora e da fauna, em especial na cidade de São Paulo", diz a dirigente. "Não temos nada a comemorar, mas sim reafirmar as lutas históricas dos povos indígenas da cidade e de todo Brasil, preservando as terras, a cultura milenar e o direito sagrado à vida digna", finaliza Adriana.
Bancário Solidário
Também como parte das ações do projeto Bancári@ Solidári@, que recebe alimentos, roupas e kits de higiene para famílias carentes de São Paulo, o Sindicato está arrecadando, desde o mês de março, kits de higiene pessoal para enviar à comunidade Tenondé Porã, no extremo sul de São Paulo.
Os bancários e bancárias que quiserem participar desta ação podem doar absorventes higiênicos e outros itens femininos de higiene.
As doações devem ser entregues na Quadra dos Bancários (Rua Tabatinguera - 192, ao lado da Estação da Sé do Metrô).