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Chapéu
1º de maio

"E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?" O desprezo de Bolsonaro pela vida na pandemia

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Com o tema “Emprego, Direitos, Democracia e Vida”, o Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora será celebrado neste domingo, 1° de Maio, nas ruas de todo o país, após dois anos de isolamento social para conter o avanço da pandemia.

O ato principal será realizado em São Paulo, na Praça Charles Muller, no Pacaembu, a partir das 10h, e está sendo organizado pela CUT e demais centrais sindicais.

Os temas deste 1º de Maio remetem aos problemas que a população brasileira enfrenta diariamente, como desemprego na casa dos dois dígitos; inflação que empobrece os trabalhadores; e ataques aos direitos sociais e trabalhistas, à democracia e à vida.

Em uma série de reportagens, o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região abordou cada uma das bandeiras de luta definidas pelas centrais sindicais para os atos deste ano. Esta é a quinta e última reportagem da série, e enfatiza o desrespeito deste governo pela vida dos brasileiros e brasileiras.

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“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?”

“Está superdimensionado o poder destruidor desse vírus.” “Brasileiro pula em esgoto e não acontece nada”. “Todos nós vamos morrer um dia.” “O vírus está indo embora (declaração feita em abril de 2020).” “Eu não sou coveiro.” “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?”. “Vou fazer um churrasco no sábado (declaração feita em maio de 2020, quando o Brasil atingia 10 mil mortes pela covid-19)” “Tem medo do quê? Enfrenta!” “O Brasil deve deixar de ser um país de maricas.” “Não há nada comprovado cientificamente sobre essa vacina aí.” “Até quando vão ficar chorando?”

Todas essas declarações foram feita pelo atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), ao longo dos dois anos da pandemia causada pelo coronavírus, que até o momento ceifou a vida de mais de 660 mil brasileiros.

“Quatro de cada cinco mortes teriam sido evitadas”

De acordo com Pedro Hallal, epidemiologista e pesquisador da Universidade Federal de Pelotas, quatro em cada cinco mortes pela doença no país teriam sido evitáveis caso o governo federal tivesse adotado outra postura — apoiando o uso de máscaras, medidas de distanciamento social, testagem em massa da população, campanhas de orientação; e ao mesmo tempo acelerando a aquisição de vacinas.

Ou seja, de acordo com suas estimativas, pelo menos 400 mil pessoas não teriam morrido pela pandemia. Ele fez a afirmação em junho de 2021, durante audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia.

“Quatro de cada cinco mortes teriam sido evitadas se estivéssemos na média mundial. Se nós estivéssemos na média, como um aluno que tira nota média na prova, nós teríamos poupado 400 mil vidas no Brasil”, disse Pedro Hallal.

“O resultado do negacionismo e da incompetência do governo Bolsonaro custou muito caro aos brasileiros. São 400 mil mães, pais, avós, avôs, irmãs, irmãos, filhas e filhos de alguém, que poderiam hoje estar vivos se não fosse a estratégia irresponsável do governo de priorizar a economia ao invés das vidas das pessoas. Uma estratégia que se mostrou falha, já que a pandemia matou mais de 660 mil pessoas no Brasil, consolidando o país na segunda posição com o maior número absoluto de mortes em decorrência do coronavírus. Um governo que não salvou nem vidas e nem a economia, tendo vista os atuais 12 milhões de desempregados e a volta da fome.”

Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de são Paulo, Osasco e região

“As trabalhadoras e trabalhadores ocuparão as ruas neste domingo primeiro de maio também em memória a essas centenas de milhares de brasileiros que morreram nos últimos dois anos por causa de um presidente que demonstra o mais puro desprezo pelas vidas das pessoas. Não podemos nos esquecer jamais desta tragédia humanitária que poderia ter sido muito menor se o governo tivesse adotado outra postura. Os brasileiros terão a oportunidade de se manifestar contra este pesadelo nas urnas, em outubro, dando um 'não' à barbárie instituída por esse governo”, acrescenta a dirigente.

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