São Paulo – Os bancários mais uma vez demostram que não fogem à luta quando o que está em jogo são os direitos dos trabalhadores, as conquistas previstas na CCT, e seus empregos. Segundo balanço parcial da greve geral da sexta-feira 30, foram 212 locais de trabalho parados, sendo 12 centros administrativos dos maiores bancos e 200 agências. Estima-se que mais de 30 mil trabalhadores participam das paralisações.
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A paralisação da categoria foi decidida em assembleias nos locais de trabalho, nas quais 80% dos 13.666 trabalhadores que votaram, optaram por cruzar os braços na greve desta sexta. Assembleia realizada na Quadra dos Bancários, no dia 26, também aprovou a mobilização por unanimidade.
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A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, destaca que a grande mobilização é consequência da indignação da categoria com os ataques promovidos pelo governo ilegítimo de Temer e sua base aliada no Congresso Nacional. “O que o governo chama de ‘reforma’ na verdade é um desmonte trabalhista. Os bancários resistem e lutam contra esse projeto [PLC 38] que, se aprovado, vai criar trabalhadores precarizados, sem direitos como plano de saúde, por exemplo.”
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Juvandia ressaltou que a greve desta sexta é também em defesa das aposentadorias, que estão ameaçadas pelo desmonte da Previdência proposto por Temer (PEC 287), que o governo falsamente também chama de ‘reforma’. E também em defesa dos bancos públicos que já estão sofrendo ataques do atual governo com redução do quadro de funcionários e fechamento de agências em todo o país. “O ataque também se dá com o encarecimento e a diminuição do crédito, uma forma de reduzir o importante papel que os bancos públicos desempenham para a economia do país”, acrescenta.
A dirigente reforça que as medidas de Temer vão reduzir mais ainda a renda das famílias e aumentar a desigualdade social no país. “São projetos de lei que claramente estão sendo ditados pelos interesses dos banqueiros e do empresariado. A renda das famílias vai migrar para esses empresários, que ficarão ainda mais ricos.”
Greve em todo o país – Trabalhadores de outras categorias, como petroleiros e rodoviários, cruzaram os braços em todo o país. O transporte público parou em Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Curitiba (PR), Brasília (DF). A cidade do Rio de Janeiro travou com paralisações de barcas, da Linha Vermelha, Ponte Rio-Niterói, Avenida Brasil e fechamento do acesso ao aeroporto Tom Jobim (Galeão). No estado de Santa Catarina, há manifestações em mais de 20 cidades.
Em São Paulo, também houve protestos nos aeroportos de Congonhas, na capital, e de Cumbica, em Guarulhos. Além de manifestações e paralisações em diversos municípios do estado. No final da tarde, houve ato na Avanida Paulista.