São Paulo – A direção da Caixa, sob ordens do governo Temer, tem imposto ao banco público um verdadeiro desmonte. A tal reestruturação prejudica bancários, população e a própria instituição. E uma das faces desse processo é a verticalização nas agências, que mudou o modelo de segmentação dos clientes Pessoa Física.
“A verticalização prejudica todos. Ao direcionar empregados do atendimento para prospecção de clientes e vendas de produtos para nichos que não são atingidos pela Caixa, a direção, nesse momento de desmonte dos bancos públicos, troca o certo pelo duvidoso. Reduz a inserção em segmentos que a Caixa domina e, em contrariedade com o seu papel social de banco público, imitando estratégias de instituições privadas, precariza o serviço à população; sobrecarrega bancários que já sofrem com a falta crônica de trabalhadores e ameaça com o descomissionamento, acarretado pelo corte de funções nas agências”, critica o diretor do Sindicato ecoordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Dionísio Reis.
“Essa medida tem o objetivo de desmontar a função social da Caixa, que é justamente seu diferencial por atender a nichos específicos que os bancos privados não atendem, além de promover o desenvolvimento social do país, outro campo que não interessa aos demais bancos. Os empregados estão atentos e, no 33º Conecef, foi aprovada resolução de não à verticalização ”, acrescenta.
> Empregados da Caixa definem ações para defesa do banco
> Cartilha tem dados sobre a importância dos bancos públicos para o Brasil
O dirigente enfatiza ainda que o Sindicato, em negociações com o banco, tem demonstrado sua total contrariedade com a verticalização nas agências, cobrando da Caixa esclarecimentos sobre as mudanças. Além disso, a entidade promove diversos atos contra a reestruturação e a verticalização, em defesa dos direitos dos empregados e da função social da Caixa como banco público.
Protesto – Um dos locais de trabalho que exemplifica o processo de desmonte pelo qual passa a Caixa é a agência Jardim Colonial, na zona leste de São Paulo. Com apenas nove empregados, a unidade está sempre lotada, com filas enormes, sobrecarregando bancários e prejudicando a população.
Na segunda-feira 10, o Sindicato realizou protesto na agência (foto acima) para denunciar o número insuficiente de empregados, as condições de trabalho inadequadas, o desmonte da função social do banco público e também alertar a bancários e população em geral sobre as ameaças aos direitos dos trabalhadores com a reforma trabalhista de Temer.
> Com reforma trabalhista, dê adeus à incorporação de função
“O que está acontecendo na Caixa é um prenuncio do que será a vida dos trabalhadores se a reforma trabalhista for aprovada. O banco ameaça fechar agências que, segundo a sua direção, não se pagam. Como uma agência com apenas nove empregados vai se pagar?”, questiona o dirigente sindical e também empregado da Caixa Francisco Pugliesi.
> Reforma trabalhista volta a ser alvo de manifestações
> Pressione os senadores a votarem contra a reforma trabalhista
“Realizamos o protesto para denunciar o desmonte da Caixa pelo governo Temer, para defender os bancos públicos e seu importante papel social. Também recolhemos mais de 200 assinaturas da população na campanha Mais Empregados Para a Caixa, Mais Caixa Para o Brasil. A agência Jardim Colonial chega a ter filas com centenas de pessoas, fora aquelas que nem conseguem entrar na unidade. É um absurdo. O desmonte do Estado brasileiro pelo desgoverno golpista de Temer passa pela Caixa e demais estatais. Somente com muita mobilização e luta vamos barrar esse verdadeiro crime contra o país”, conclui Francisco.
Leia mais:
> A exceção virou regra! Caixa abre no sábado para saques do FGTS
> Reforma trabalhista está por um fio. Pressione mais!
> Unicamp lança dossiê de contraponto à reforma trabalhista
> Proteção menor ao emprego não cria vagas