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Chapéu
Reconhecimento

Mulheres foram as grandes homenageadas na 3ª Roda de Samba da Resistência

Linha fina
Evento ocorreu na quadra da Nenê de Vila Matilde, na zona leste, e teve, entre as atrações, Dorina, Tereza Gama e Eliane Faria
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FOTOS: ROBERTO PARIZOTTI/CUT-SP

Para comemorar o Dia Nacional do Samba, a CUT-SP realizou mais uma celebração com shows de diversos artistas e entrada social. A 3ª edição da Roda de Samba da Resistência ocorreu no último sábado, dia 7. A batucada de 2019 foi na quadra da escola Nenê de Vila Matilde, na zona leste de São Paulo e faz parte do calendário de mobilização dos 16 Dias de Ativismo pelo Combate a Violência a Mulher.

“O samba é uma cultura de resistência do povo negro no Brasil, principalmente nesse momento em que nós vivemos de agressões e ataques aos jovens na periferia, como foi em Paraisópolis e Heliópolis, e como tem sido historicamente a toda população negra. Por isso essa roda, que fecha a agenda de lutas do mês de reflexão da Consciência Negra promovida pela CUT e seus sindicatos”, disse o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo.

Neste ano, a roda fez uma homenagem às mulheres do samba e teve, entre as atrações, as cantoras Dorina, Tereza Gama e Eliane Faria. Também subiram ao palco Serginho Madureira, Toninho Gerais, Almirzinho Serra, Quintal da Xika. A apresentação ficou por conta dos também cantores Pamelloza Carvalho e Edvaldo Gonçalves.

Antes de subir ao palco, a sambista Teresa Gama lembrou o papel das mulheres na consagração do ritmo. “Tivemos uma grande dama do samba, que foi Dona Ivone Lara, que no passado teve de colocar o nome dos primos para que suas composições pudessem concorrer nos sambas enredos das escolas de samba. E isso mudou, pois, atualmente, as mulheres têm se unido muito mais para conquistar o espaço delas no samba. Espaço que sempre teve, mas agora com o reconhecimento que merecemos”, afirmou.

“A Nenê é uma das últimas escolas a ter um públicos e membros de maioria negra. E ela fazer o samba junto com a CUT é resistir à tradição do povo negro e do governo Bolsonaro e João Doria, que têm atacado as formas de lazer do povo negro, como o samba e o funk, que ainda são muito reprimidas. A polícia trata o compositor desses ritmos não como trabalhadores, mas como como vagabundos. E quando a CUT realiza um evento como esse, sinaliza de qual lado está”, falou a secretária de Combate ao Racismo da CUT-SP, Rosana Silva.

Com entrada social, os alimentos arrecadados no evento serão doados aos projetos sociais da Igreja Nossa Senhora de Casaluce, localizada no Brás.

A Roda de Samba da Resistência foi uma realização da CUT-SP, por meio da Secretaria de Combate ao Racismo, da Secretaria da Mulher Trabalhadora e da Secretaria de Cultura da entidade. Contou com o apoio da Revista Raça, Rádio Brasil Atual, TV dos Trabalhadores (TVT), Nenê de Vila Matilde, Ação e Cidadania e a Prefeitura de São Paulo.

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