Pular para o conteúdo principal
Chapéu
#queroaposentar

CUT-Vox: reforma da Previdência é reprovada por 65% dos trabalhadores

Linha fina
As alterações mais reprovadas são obrigatoriedade de idade mínima para homens e mulheres, 40 anos de contribuição para ter direito ao valor integral do benefício e mudanças nas regras para professores e trabalhadores rurais
Imagem Destaque
Imagem: Alex Capuano/CUT

A maioria dos brasileiros é contra a proposta de reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro (PSL), que dificulta as regras para os trabalhadores e trabalhadoras se aposentarem. É o que revela a pesquisa CUT-Vox Populi divulgada nesta segunda-feira 8 e realizada entre os dias 1º e 3 de abril, em 1.985 municípios do Brasil.

> Pressione parlamentares a não aprovarem a reforma pela ferramenta da Anfip
> Use o hotsite Na Pressão da CUT para enviar mensagens contra a reforma aos deputados
Vote "discordo totalmente" da reforma, na consulta pública da Câmara

De acordo com o levantamento, 65% dos brasileiros são contrários à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, que praticamente acaba com o direito à aposentadoria de milhões de trabalhadores e trabalhadoras. Outros 26% são a favor do texto da reforma, e 9% não souberam ou não quiseram responder.

> CUT-Vox: trabalhadores temem ficar desempregados

Entre os entrevistados declarados anti-Bolsonaro, o percentual de reprovação à reforma atinge 84%. Já entre os pró-Bolsonaro, a situação é quase de empate: 43% reprovam a reforma e 46% a aprovam.

A maioria dos que reprovam a proposta são da Região Sudeste (68%), seguidos pelos da Região Nordeste (67%), Centro-Oeste/Norte (61%) e Sul (54%).

> Leia Folha Bancária (edição 6.182) sobre a proposta de Bolsonaro
> Leia edição 6.189 da Folha Bancária sobre reforma da Previdência

Entre as mulheres, a reprovação é maior (67%) dos que entre os homens (62%).

> Reforma da Previdência é pior para mulheres

Por faixa etária, são contra a reforma 65% dos jovens, 64% dos adultos e 66% dos maduros.

A rejeição à reforma da Previdência também é grande entre os que têm até o Ensino Fundamental (67%), seguidos dos entrevistados de nível Superior (66%) e Médio (61%). E ainda entre os que ganham até dois salários mínimos (67%), de dois e até cinco salários mínimos (64%) e os que ganham mais de cinco mínimos (61%).

Pontos mais rejeitados

Os quatro pontos da reforma que têm maior rejeição dos brasileiros são: a obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para os homens e 62 anos para as mulheres; o aumento do tempo mínimo de contribuição de ambos de 15 para 20 anos; a mudança na forma de cálculo, que reduz o valor dos benefícios; e a necessidade de contribuir por 40 anos para receber 100% do valor do benefício.

> Leia tudo que publicamos sobre a reforma da Previdência do governo Bolsonaro aqui

Idade mínima e aumento do tempo de contribuição

O levantamento aponta que 73% dos entrevistados discordam da obrigatoriedade de idade mínima de 65 para homens e 62 para mulheres terem direito à aposentadoria e também do aumento do tempo mínimo de contribuição de 15 para 20 anos para ambos os sexos.

Outros 19% concordam com a mudança nas regras para acesso à aposentadoria, e 4% não concordam nem discordam, mesmo percentual dos que não quiseram ou não souberam responder.

Entre os que se declararam anti-bolsonaristas, a reprovação a estes dois pontos da reforma é maior (86%) dos que entre os pró-Bolsonaro (58%).

No Nordeste, são contra essas regras 78%, no Sudeste 74%, Centro-Oeste/Norte 69% e Sul 67%.

A reprovação é maior entre as mulheres (78%) do que entre os homens (69%). Entre os adultos, é de 74%, e entre os jovens e maduros, de 73%. Já entre os que ganham até dois salários mínimos é de 80%, entre os que têm Ensino Fundamental é de 78%, Ensino Médio 71% e Superior 67%.

40 anos para ter benefício integral

81% dos brasileiros discordam da regra da proposta de reforma da Previdência que, se aprovada, obrigará os brasileiros a trabalharem e contribuírem durante 40 anos para se aposentarem com o valor integral do benefício (100%).

> Proposta de Bolsonaro torna aposentadoria pelo teto quase impossível

Os percentuais de discordância mais altos foram encontrados na Região Nordeste (84%), entre as mulheres (84%) e entre os que ganham até dois salários mínimos (85%).

Mulheres

Para 56% dos entrevistados, as novas regras são mais injustas com as mulheres. Outros 35% acham que não deve haver distinção por sexo nas regras.

Professores

79% dos entrevistados discordam das mudanças nas aposentadorias dos professores e professoras. Outros 21% concordam, 4% não concordam nem discordam, e 5% não sabem ou não responderam.

Trabalhadores rurais

73% discordam das mudanças e 19% concordam. Outros 4% não concordam nem discordam, e 5% não sabem ou não responderam.

> Contag define reforma como 'injusta, excludente e machista'

Pensão por morte

76% discordam, 14% concordam. Outros 5% não concordam nem discordam, mesmo percentual dos que não sabem ou não responderam.

Benefício de Prestação Continuada (BPC)

76% dos trabalhadores entrevistados pela pesquisa CUT/Vox discordam das mudanças que Bolsonaro quer fazer, e apenas 13% concordam. Outros 5% não concordam nem discordam, e 6% não sabem ou não responderam.

Capitalização

69% são contra e 19% a favor. Outros 5% não concordam nem discordam, e 6% não souberam ou não quiseram responder. 

> Ivone Silva entrevista especialista sobre previdência no Chile. Assista!
O perverso sistema previdenciário do Chile
Previdência: Chile e Japão, caminho inverso do Brasil
Na reforma da Previdência, Brasil poderá optar entre Europa e Chile

seja socio