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Chapéu
Fraude na contratação

Sindicato volta a protestar contra a morte dos empregos bancários no Santander

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Imagem do protesto do Sindicato contra as demissões no Santander. A foto mostra uma cruz negra onde se lê "demitidos" e, atrás dela, faixas em frente à fachada do centro administrativo

O Radar Santander voltou a ser palco de protesto do Sindicato dos Bancários de São Paulo contra a fraude na contratação e na representação sindical promovida pelo Santander.

A atividade realizada nesta segunda-feira 24 foi motivada mais especificamente porque o Sindicato recebeu denúncias apontando que o pessoal da SX Negócios – uma das empresas criadas pelo banco para transferir trabalhadores que eram bancários – já foi treinado para atender Câmbio a partir de primeiro de julho. As denúncias apontaram ainda que as demissões serão feitas antes de agosto, para a PLR não ter de ser paga proporcionalmente.

O call center do Santander já chegou a contar com mais de três mil bancários lotados no Vila Santander, na zona norte de São Paulo. Hoje o atendimento conta com 100 trabalhadores, que agora também estão com os empregos em risco.

“É muito triste o que o Santander está fazendo com os trabalhadores das áreas de atendimento. São funcionários que dedicaram suas vidas, anos e anos dando tudo pelo banco, e agora só estão esperando a demissão da empresa, pois essas áreas foram absorvidas pelas coligadas SX Tools e SX Negócios”, denuncia o dirigente sindical e bancário do Santander Antônio Bugiga.

Conforme apurado pelo Sindicato, não há vagas internas para esses trabalhadores. Com isso, mais de 50 trabalhadores estão cientes de que em um futuro próximo estarão sem trabalho e sem benefícios.

“Cobramos do banco a realocação desses funcionários, e que as vagas disponíveis para trabalhadores externos [Santander no mundo] possam ser migradas para esses trabalhadores, pois vários deles possuem as qualificações necessárias para serem realocados”, afirma.

Morte dos empregos

No protesto desta segunda-feira, o Sindicato levou cruzes - simbolizando a morte dos empregos - ao Radar Santander, prédio situado em Santo Amaro.

“A sanha do Santander pela precarização das relações de trabalho continua. Um banco que lucrou R$ 9,4 bilhões em 2023 e R$ 241 bilhões nos últimos 20 anos segue demitindo milhares de bancários e precarizando as relações de trabalho por meio da fraude na contratação e na representação sindical. Tudo em nome do lucro, e em um país responsável por grande parte do resultado mundial do banco espanhol”, protesta Roberto Paulino, dirigente sindical e bancário do Santander.   

Fraude na contratação

Desde 2021, o Santander Brasil vem transferindo bancários para outras empresas do conglomerado, como a F1RST, SX Tools, Prospera, SX Negócios entre outras. Todas com CNPJs diferentes. Com isto, o banco está fragmentando a categoria bancária e excluindo esses trabalhadores dos acordos coletivos e direitos conquistados.

Desta forma, esses trabalhadores deixam de ser abrangidos pela Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) bancária, que garanta uma série de direitos como PLR, VA e VR de mais de R$ 1.800 somados, auxilio-creche/babá de R$ 640 e dezenas de outros.

O Sindicato está, desde então, realizando protestos para denunciar este processo, o que tem causado reação da direção do banco, por meio de ações judiciais contra a entidade.

Sindicato está ao seu lado

A Secretaria de Assuntos Jurídicos do Sindicato está à disposição dos trabalhadores das empresas terceirizadas do Santander para análise e encaminhamento de ação jurídica contra fraudes na contratação. O Sindicato já conseguiu várias vitórias na Justiça para trabalhadores que decidiram processar após serem vítimas deste processo.

Por meio do seu Canal de Denúncias, O Sindicato permanece à disposição para denúncias sobre as condições de trabalho, assédio e outras irregularidades em todas as empresas do grupo econômico do Santander. A plataforma assegura aos trabalhadores o sigilo de seus dados, o acompanhamento da denúncia, a apuração e o retorno efetivo do seu caso.

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