Representantes do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) pressionaram o presidente Michel Temer (MDB) a congelar as nomeações de quatro vice-presidentes da Caixa Econômica Federal. A ideia é que o presidenciável indique ele próprio, caso eleito, os nomes para os cargos-chave que estão em aberto.
As informações são da Folha de São Paulo. Segundo a reportagem, Temer teria cedido à pressão e acatado a reivindicação de Bolsonaro.
"É cômico ver que o cara que se diz de fora do sistema já começa a lotear as empresas públicas, como a Caixa Econômica Federal. Deixa todos os bancários sob ameaça! É importante que os empregados reflitam sobre isso no momento do voto. Nossa questão vai muito além da não privatização da Caixa: é a defesa do papel social do banco público na concorrência e na ocupação de espaços no sistema financeiro", afirmou o dirigente do Sindicato Dionisio Reis.
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Loteamento geral
Ainda de acordo com a Folha, Temer planejava modificar os nomes que seriam indicados para a Caixa e distribuir cargos nos comandos das agências reguladoras entre seus ministros. Segundo a reportagem, o presidente também teria recuado na nomeação para agências, novamente a pedido de Bolsonaro.
Em setembro, o Conselho de Administração da Caixa deu um golpe contra o banco público, aprovando uma mudança estatutária que estabelece, entre outros itens, alterações nas áreas de controle como a Jurídica, Auditoria e Corregedoria. As duas últimas passam a ser diretorias, permitindo-se que sejam comandadas por agentes externos. A alteração às vésperas da eleição foi considerada, por entidades representativas dos trabalhadores, como uma tentativa de privatizar a gestão da Caixa.